Navegue profundamente no som do Tagua Tagua

10:00 AM

Tagua Tagua - Foto: Rafael Rocha
Uma viagem por vários elementos musicais, essa é a melhor definição da sonoridade do Tagua Tagua, que recentemente lançou o clipe do single "Desatravessa". A música integra o EP "Pedaço Vivo".

Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Felipe Puperi é uma daquelas pessoas verdadeiramente apaixonadas por música. Além de músico é    e produtor, ele ganhou notoriedade por integrar a banda gaúcha Wannabe Jalva. Com ela, tocou em festivais como Lollapalooza, Meca, Planeta Atlântida e dividiu o palco com nomes importantes que vão de Jack White até o Pearl Jam.

Desde 2017, Felipe está focado em seu trabalho solo, Tagua Tagua. O próprio músico define seu atual projeto como melodias do século XXI, onde canta em Português e mistura vários elementos da música brasileira, principalmente a percussão, e os incorpora à música eletrônica, o soul e o rock'n'roll. "Tombamento Inevitável" (2017), o EP de estreia, exemplifica bem toda essa experimentação. 

Um dos pontos altos do Tagua Tagua é o cuidado com a arte visual e audiovisual que acompanha esteticamente a sonoridade contemporânea e híbrida do projeto. Após lançar o EP  "Pedaço Vivo" em outubro de 2018, e o lyric video do single "Dádiva", o músico anunciou o clipe da faixa "Desatravessa".  O vídeo foi dirigido por Otavio Machado e realizado pela Paranoid em parceria com a Fill Content.

Dentre as três músicas que compõem o EP "Pedaço Vivo", "Desatravessa" é a mais intensa liricamente e foi a última canção escrita para o disco. A faixa transborda uma sonoridade com influências que transitam do eletrônico / R’n’B com soul rock. Guitarras com fuzz fritadas, sintetizadores e as vozes sintéticas são a essência do som. Não por acaso, o vídeo se tornou uma produção digna de cinema. Conversamos com Felipe que nos contou detalhes sobre o projeto e a produção do vídeo para o single "Desatravessa" e planos futuros. Confira:

FRS: Para as pessoas que estão conhecendo o seu trabalho pela primeira vez, como que você começou a se interessar por músicas e quais são as suas principais influências?

Felipe Puperi: Minha relação com música começou muito cedo, por volta dos 13 anos desenvolvi curiosidade à respeito dos instrumentos e de como tocá-los. Acho que inicialmente foi uma necessidade de expressão, mas com o passar dos anos acabou virando minha profissão. Tenho muitas influências e é até um pouco difícil mencionar alguma específica, elas vão desde os mais variados estilos musicais até filmes e livros. Os livros me despertam bastante a imaginação, às vezes crio personagens pra minhas músicas a partir de algo que li.

FRS: Qual a origem do nome "Tagua Tagua", seu projeto solo?

Felipe Puperi: Tagua Tagua é o nome de um lago no Chile, e soube da existência desse lugar meio sem querer, enquanto estava viajando pelo interior do país. Isso tudo foi justamente no período em que eu decidi que queria gravar primeiras músicas e tocar esse projeto pra frente. Foi um momento bem significativo, portanto quis levar um pouco daquele lugar comigo. 

FRS: Você recentemente lançou o EP, "Pedaço Vivo". Como foi o processo de composição do registro de estúdio?

Felipe Puperi: Foi um processo de várias novas descobertas, pois eu já tinha lançado o primeiro EP “Tombamento Inevitável” e queria ver o que ia rolar de ideias e vontades nesse segundo material. Foi tranquilo, eu permiti fazer tudo que tinha vontade e acabou sendo um processo bem solitário, onde eu compus, produzi e gravei quase tudo. Tive a colaboração pontual de alguns músicos que tocam comigo e isso foi tudo. 

FRS: Li que a ideia do vídeo para o single "Desatravessa" se deu em uma mesa de bar durante uma conversa sua com o Otávio. Que tipo de compositor você é? Você tem uma rotina de escrita ou é daqueles que acorda no meio da noite para anotar uma ideia?

Felipe Puperi: Eu tento criar rotinas, pois sou um pouco desconcentrado. Num geral gosto de deixar as ideias fluirem de maneira espontânea, embora já tenha aprendido que muitas vezes é na repetição que elas acabam aparecendo. Ou seja, isso só mostra que não tenho exatamente um processo, às vezes fico lá por horas pesquisando coisas, sonoridades, formas de tocar instrumentos e, em outros momentos, só me vem uma melodia com a letra praticamente pronta na cabeça, como se eu tivesse psicografando algo. Gosto dessa mistura de processos, é tudo expressão e arte no fim. 

FRS: Ainda sobre  "Desatravessa", qual o diferencial desta música para que ela fosse escolhida como single?

Felipe Puperi: Na verdade ela foi a segunda música que ganhou filme no EP, antes lançamos “Dádiva” como single. “Desatravessa” é uma canção que cabe em um enredo, ela é imagética e pode ter mais de uma interpretação sobre a letra. Tínhamos possibilidades de optar por outra canção, mas dei essa liberdade também pro diretor, pois desenvolvemos o filme juntos. Ele gostou muito da música e a partir disso criamos o roteiro.   

Assista ao clipe do single "Desatravessa":


FRS: Qual faixa de "Pedaço Vivo" mais define a sua fase atual?

Felipe Puperi: Gosto muito de “Dádiva” por que ela tem uma mistura dos beats com os instrumentos orgânicos que super me atrai. Mas eu sou o tipo de artista que de um mês pro outro já está querendo fazer coisas diferentes e novas, então pra mim o EP todo já ficou lá na época que foi feito. Possivelmente quando lançar um novo material já vai ser diferente dos outros dois EPs.

FRS: Para finalizar, quais serão os seus próximos passos para o restante de 2019?

Felipe Puperi: Tem muita coisa pra acontecer pela frente, acabamos de fazer shows por Portugal e ainda tem planos de tocar no exterior novamente esse ano. Também temos uma turnê pelo nordeste em Abril e queremos rodar pelas cidades que ainda não estivemos no Brasil. Se tudo der certo ainda sai um disco esse ano. 

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