Alter Bridge, The Cult e The Who fazem uma noite histórica em São Paulo

3:56 PM

Clássicos, energia e entrega no palco. Foi verdadeiramente uma noite para fã nenhum botar defeito.

Texto: Ingrid Natalie (twitter: @ingridnatalie)

O comentário mais proferido na noite da última quinta-feira, 21/9, era "não acredito que isso realmente está acontecendo". E sim, quem esteve presente no Allianz Parque em São Paulo viu uma história importante ser escrita. A icônica banda britânica The Who pisou  em solo brasileiro pela primeira vez após 53 de carreira. Além disso, para um apreciador de um bom rock'n'roll ainda poder ver de quebra Alter Bridge e The Cult é algo memorável. São 3 gerações distintas do rock, mas unidas pela música. Os shows fazem parte do São Paulo Trip - Concerts Series.



Pontualmente às 18:15, Alter Bridge deu início aos serviços. A banda liderada por Myles Kennedy (vocal) não decepcionou e agitou o público que ainda adentrava o estádio. Com muita simpatia, carisma e uma excelente presença de palco, o quarteto americano conquistou a atenção da plateia. Kennedy tentou falar algumas frases em português como “E aí galera”, "Obrigado" e pediu desculpas pela banda não ter vindo ao país desde sua formação em 2004. O repertório contou com 11 músicas e privilegiou os primeiros discos. Dentre as músicas estavam "Open Your Eyes" e "Metalingus" do álbum "One Day Remains" (2004), "Come To Life", "Rise Today" e "Blackbird" do segundo trabalho de estúdio lançado em 2007. Não tem como errar trazendo um som pesado e influenciado no hard rock.




Em seguida, foi a vez da banda inglesa representante do pós-punk dos anos 80, o The Cult. Neste momento, o público já totalmente envolvido por Ian Astbury, Billy Duffy e companhia. Era impossível não se empolgar com clássicos como "Rain", "Sweet Soul Sister" e "Fire Woman". O riff do hino "She Sells Sanctuary" te faz dançar involuntariamente. O vigor de Astbury foi um show a parte. O vocalista caminhava de uma ponta a outra do palco e apresentou uma qualidade vocal invejável. Isso sem contar os incessantes pedidos de interação da plateia, “Isso não parece o Brasil! Vocês tem certeza? Representem!”. Os pedidos de Astbury foram prontamente respondidos e o resultado foi uma performance impecável, do começo ao fim.


Finalmente, às 21:30, o show mais aguardado deu início. A satisfação e felicidade dos fãs ao ver Roger Daltrey e Pete Townshend eram evidentes, assim que o The Who subiu ao palco com o clássico "I Can't Explain" a plateia era só sorrisos. E eles realmente preparam um setlist repleto de sucessos como "Who Are You", "The Kids Are Alright", "Pinball Wizard" e "Behind Blue Eyes". Obviamente que "My Generation", hino máximo do The Who, integrou o repertório e foi cantada a plenos pulmões pelo público. Um dos momentos mais belos do show se deu durante a execução de "Baba O'Riley" , o trecho "Don't cry, don't raise you eye, it's only teenage wasteland" foi arrepiante com o coro uníssono dos fãs. 

Vale ressaltar que as duas lendas vidas do rock'n'roll contaram com uma notável banda de apoio que tem Zakk Starkey, filho de Ringo Starr, na bateria. A excelência técnica era impressionante. Mesmo que a empolgação não seja  semelhante a dos anos 60, Daltrey prova que ainda tem muita vitalidade como frontman do Who. A voz mudou, mas resiste firmemente nos momentos mais exigentes, como as esticadas de “Bargain”, “Love, reign o’er me” e o grito final de “We won’t get fooled again”. Townshend também mostra que continua sendo um dos melhores guitarristas da história, tanto na técnica quanto na performance de palco.

Por fim, após duas horas de uma apresentação emocionante e histórica, vimos uma banda feliz e realizada. Ninguém queria deixar o estádio, tanto que eles voltaram duas vezes para o encore. "Substitute" deu os últimos acordes e enfim Townshend pronunciou um "go home" (vão pra casa) carinhoso para que assim eles possam descansar e se preparar para o Rock In Rio, no sábado 23.

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