O dia em que os deuses do trovão incendiaram a capital

9:18 PM

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Reza a lenda que se você dissesse para qualquer brasiliense, fã de Rock, uns anos atrás que um dia ele ainda teria a oportunidade de ver um show do Kiss em sua própria cidade, ele reviraria os olhos, daria um riso debochado, pensaria “que ingênuo(a) você é” e voltaria a juntar os trocados do almoço para ver a banda favorita em outro estado. Assim era a vida dos roqueiros do cerrado.

Mas como quase tudo na vida tem um “porém” e felizmente há lendas que caem por terra, ontem foi o dia em que Brasília se transformou em “Detroit Rock City” por algumas horas. Sim, caros leitores, o Kiss, uma das várias bandas que julgávamos como ‘impossíveis’ de virem à capital, desembarcaram com maquiagem e tudo em Brasília e mostraram porque, depois de 40 anos, ainda continuam sendo uma das maiores bandas da história do Rock.

A noite começou com o show de abertura da banda Raimundos que tocou os sucessos “Eu quero ver o oco”, “Mulher de fases”, “Puteiro em João Pessoa” dentre outros. Foi um show curto, mas que deu pra aquecer o público para o que estava por vir.

Em seguida foi a vez do Steel Panther entreter a galera. A banda, conhecida por ser uma paródia das bandas Glam e abusar da temática sexual na maioria das músicas, não fez feio. Entre uma música e outra eles interagiam com a plateia e contavam piadas. Até arriscaram dizer umas palavrinhas em português como “Mostrem os peitos” (Não daria pra esperar algo diferente, né?). Descontração total.

Depois dessas duas aberturas, aquele friozinho na barriga típico dos “pré-shows” dizia o óbvio: A hora estava chegando. Enquanto uma cortina gigante com o nome da banda era erguida para esconder o palco da “surpresa” que viria, milhares de fãs com suas camisetas e suas maquiagens ficaram de olho no mesmo.

Mais algumas ‘músicas de espera’ seguintes e as luzes se apagaram. O telão mostrava os quatro integrantes se preparando para subir ao palco e a clássica introdução “YOU WANTED THE BEST, YOU GOT THE BEST! THE HOTTEST BAND IN THE WORLD.....KISS!!!” foi proferida com vontade por todos ali presentes. A grande cortina caiu e os deuses do trovão foram recebidos com muitos aplausos e gritos. Era verdade. O Kiss realmente estava ali e pronto para dar inicio à festa, que, diga-se de passagem, começou muito bem com “Detroit Rock City”.  A noite seria longa e a satisfação garantida.

Os quatro mascarados e seu palco cinematográfico (Imagem: Página oficial do Kiss no Facebook) 

A seguir, mais pancadaria sonora das boas com “Creatures of the Night”, “Psycho Circus”, “I Love it Loud”  e “War Machine”, com Gene Simmons, literalmente, cuspindo fogo no final.

Aliás, fogo é o que não faltou, em todos os sentidos. Como em todo show do Kiss que se preze, os excessos e os exageros são itens obrigatórios. Luzes, fogos de artifício, pirotecnia, fumaça, estrondos... Era impossível ficar indiferente à mega estrutura do palco. Coisa digna de cinema. Até os mínimos detalhes eram de cair o queixo. Mas estamos falando do Kiss, não é mesmo?

 Cada integrante teve o seu momento de destaque. Começando com Tommy Thayer que fez um baita solo em “Hell or Hallelujah” e que terminou com foguetes saindo de sua guitarra, impressionando a todos. Gene Simmons, como era de se esperar, cuspiu sangue enquanto fazia seus famosos malabarismos com a língua, e foi içado ao topo do palco para tocar “God of Thunder”. Foi um dos momentos mais sobrenaturais do show.



Gene Simmons fala e o público obedece (Imagem: Página oficial do Kiss no Facebook)

Paul Stanley, de longe, era o integrante mais animado. Sempre conversava com a galera, jogava palhetas, brincava com a plateia e ainda “voou” sob o público em direção a um pequeno palco para cantar “Love Gun”. E por último, mas não menos importante, Eric Singer assumiu os vocais em “Black Diamond” enquanto tocava sua bateria como se não houvesse amanhã.


E o fãs vão ao delírio com Paul Stanley (Imagem: Página oficial do Kiss no Facebook)
Os caras mantiveram o ritmo enérgico do começo ao fim. Ou seja, quem estava esperando por uma “Forever” ou “Beth” talvez tenha se frustrado pelas baladinhas não estarem no setlist, mas isso não é necessariamente um problema quando se trata de uma banda com 40 anos de estrada e uma discografia recheada de hits.

E para encerrar a noite com estilo, nada melhor do que despejar mais três clássicos de uma vez só: “Shout it Out Loud”, “I Was Made for Loving You” e, é claro, “Rock’n’Roll All Nite” foram tocadas na sequência para fazer o chão tremer e os fãs ficarem malucos. O Kiss se despediu de maneira majestosa, com chuva de papel picado, fumaça, Gene Simmons e Tommy Thayer erguendo-se em plataformas que se moviam sobre a multidão, Eric Singer “levitando” com sua bateria e Paul Stanley quebrando sua guitarra. Mais ‘Rock’n’Roll’ impossível.

Após o grupo deixar o palco, fogos de artifício explodiam no céu deixando maravilhados todos os que ali estavam. E com o primeiro show do Kiss na capital, a mensagem que deixaram por aqui foi bem clara e merece ser passada adiante: “
I wanna rock and roll all night and party everyday.

  • Kiss - Brasília - 24/04/2015 - Setlist

  • Detroit Rock City
  • Creatures of the Night
  • Psycho Circus
  • I Love it Loud
  • War Machine
  • Do You Love Me
  • Deuce
  • Hell or Hallelujah
  • Calling Dr. Love
  • Lick it Up
  • God of Thunder
  • Hide Your Heart
  • Love Gun
  • Black Diamond

  • Shout it Out Loud
  • I Was Made for Loving You
  • Rock'n'Roll All Nite



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