Hammerfall e Helloween uniram forças e protagonizaram uma belíssima aula de heavy metal

7:00 PM

A turnê "United Forces" passou pelo Espaço Unimed em São Paulo e provou que o heavy metal é diversão antes de qualquer coisa

Texto: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Hammerfall e Helloween uniram forças e protagonizaram uma belíssima aula de heavy metal no último sábado (08) no Espaço Unimed em São Paulo. As duas bandas são alguns dos mais importantes nomes do metal europeu e  entregaram performances eletrizantes.

Hammerfall em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

Os ícones do heavy metal sueco foram os primeiros a entrar, às 20h30. Hammerfall fez uma apresentação simplesmente fantástica, trazendo no setlist músicas de diversas fases da banda. "Brotherhood" foi a primeira a iniciar os trabalhos do show, seguida por "Any Means Necessary" e "The Metal Age". O vocalista Joacim Cans interagiu com os fãs dizendo que sentia falta do público brasileiro. Esbanjou simpatia através de sorrisos e do movimento no palco demonstrando estar presente para todos. 

Uma das escolhas acertadas no reportório foi a inclusão da música "Renegade" que agitou os fãs e manteve a energia da apresentação forte com "The Last Man Standing". Uma boa estratégia, apresentada logo depois, foi um medley que trouxe trechos de quatro músicas do álbum “Crimson Thunder” (2002): “Hero’s Return”, “On the Edge of Honour”, “Riders of the Storm” e a faixa-título.

O momento de maior interação de Joacim Cans com os fãs foi marcado com muito carisma. Ele quis saber quantas pessoas estavam assistindo ao Hammerfall pela primeira vez (e quantos já haviam os visto), brincou também dizendo “não estou ouvindo; estamos em um show de heavy metal, não na escola” recebendo assim uma resposta mais forte do público. Por fim, deu empolgadamente as notas iniciais da música "Let The Hammer Fall", simplesmente memorável devido ao coro uníssono.   

Oscar Dronjak, um mestre das seis cordas - Foto: Ingrid Natalie

A música “(We Make) Sweden Rock” dava indícios da aproximação do final do show do Hammerfall, pois Cans havia apresentado seus colegas de banda e também disse que não arriscariam sair do palco só para que gritassem pedindo pelos retornos dos músicos. Voltando para o bis, eles executaram a “Hammer High”, com destaque para o guitarrista Oscar Dronjak que empunhou no início e no fim da canção sua guitarra em formato de martelo como se fosse a própria ferramenta.

Joacim Cans, simpatia personificada - Foto: Ingrid Natalie

"Hearts On Fire" foi a última de um show irretocável, de perfeição instrumental. Cans pede para que o público receba o Helloween com muito barulho e faz questão de afirmar que sem eles não haveria Hammerfall. O público pode sentir o carinho e simpatia principalmente de Joacim Cans que estendeu uma bandeira brasileira antes de deixar o palco. 


Após dois anos longe dos palcos, Helloween, a maior sensação do speed metal melódico da Alemanha, estava com energia pra dar e vender. O grupo que atualmente conta em sua formação com Andi Deris (vocal), Michael Kiske (vocal), Michael Weikath (guitarra), Kai Hansen (vocal e guitarra), Markus Grosskopf (baixo), Sascha Gerstner (guitarra) e Dani Löble (bateria) chegou trazendo na bagagem o aclamado e poderoso álbum "Helloween", lançado em 2021, que tem conquistado as paradas do mundo.

Como bons europeus, a banda iniciou os serviços pontualmente às 22h enquanto o telão transmitia uma vinheta ao som da instrumental “Orbit” que mesclava artes inspiradas nas capas de “Keeper of the Seven Keys Part I” (1987) e “Helloween” (2021).

A dinâmica de palco do Helloween é uma das mais inteligentes e estratégicas da história do heavy metal. O revezamento de vozes de Kiske e Deris dão fôlego para os dois. As guitarras ganharam muito mais vida. Por fim, um repertório muito mais variado. Claro, tudo com muito profissionalismo e um baita entrosamento de todos os integrantes. 

Andi Deris, um show de simpatia - Foto: Ingrid Natalie

Não por acaso, "Skyfall" foi a primeira no setlist devido a reunir a banda como um todo e fazer os fãs cantaram a plenos pulmões. O telão com a cor vermelha anunciava os acordes de "Eagle Fly Free" que foi executada logo em seguida, ainda com direito a chuva de papel picado. Neste momento, Helloween já havia ganhado o público, e deixou uma atmosfera de alta temperatura. 

Michael Kiske e Andi Deris - Foto: Ingrid Natalie

Agora era a hora de apresentar “Mass Pollution”, mais uma do recente registro de estúdio, proporcionou o momento mais hard rock da noite. Podemos notar o quanto a voz de Andi Deris está impecável, além de exibir sua habilidade de um genuíno frontman como no trecho "make some noise", no meio da música. 

O público se empolgou nas músicas "Future World" na voz de Kiske, e "Power", na interpretação de Deris. A sexta música do setlist foi "Save Us", uma das mais poderosas do repertório. Na sequência, Andi Deris apresenta o músico Kai Hansen ou melhor “o homem que começou tudo isso no ano de 1983”. 

Kai Hansen - Foto: Ingrid Natalie

O guitarrista deixa seu instrumento de lado para assumir os vocais m seu aguardado medley do álbum “Walls of Jericho” (1985). Ganhou até vinheta espetacular orquestrada ao som da faixa-título do disco para marcar o número, que trazia trechos das músicas “Metal Invaders”, “Victim of Fate”, “Gorgar”, “Ride the Sky” e “Heavy Metal (Is the Law)”

A melódica e belíssima “Forever and One (Neverland)” foi como um abraço aos fãs que assistiram Michael Kiske e Andi Deris esbanjando carisma, entrosamento e saúde vocal. Antes de tocar a música, Kiske fez uma solicitação aos fãs. Ele lembrou que o DVD  “United Alive” teve cenas gravadas na mesma casa de shows e pediu que todos ligassem as luzes dos celulares para reproduzir o mesmo momento daquele registro em vídeo. 

Importante destaque para o guitarrista Sascha Gerstner que abrilhantou o show com sua qualidade técnica e solos impressionantes. 

Sascha Gerstner - Foto: Ingrid Natalie

Já o outro mestre das seis cordas, Dani Löble, arrebentou com tudo na música "Best Time" que foi seguida pela agitada "Dr. Stein" onde fica evidente o quanto os músicos têm se divertido ao longo desses shows. A felicidade era palpável tanto para a banda (que não dispensava sorrisos) quanto para os fãs.  

Já com quase 2 horas de show, Helloween organizou dois bis ao público. O primeiro com "Perfect Gentleman" que trouxe Andi Deris vestindo uma cartola, bengala e paletó brilhante para bancar o “gentleman” e depois a música “Keeper of the Seven Keys”, emocionando os fãs presentes com suas variações de tempo e passagens de melodia poderosa. Já o segundo encore foi com a explosiva "I Want Out", o maior sucesso do grupo alemão.  

O show do Helloween promete tudo e entrega tudo, deixa os fãs de queixo caído com a qualidade técnica, emociona com as músicas melódicas e traz MUITA agitação garantindo memórias divertidas. O fã tendo consciência disso, faz questão de marcar presença e lotar cada show que a banda realiza em terras tupiniquins. 

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