Tico Pereira aposta em experimentação no novo EP, 'City Lights'

10:12 PM


Do funk rock até o metal, o novo registro de estúdio mostra várias facetas do talentoso guitarrista

Por: Ingrid Natalie (instagram @femalerocksquad)

De violão de nylon a guitarra de 8 cordas, o músico Tico Pereira se desafiou e experimentou de tudo no mais recente trabalho, o EP "City Lights" lançado no final de 2021. O exímio guitarrista quis verdadeiramente fugir do tradicional. 

O novo registro de estúdio é bem variado, trazendo elementos do funk rock, psicodélico, bluegrass, metal e blues. O EP possui algumas curiosidades, a música “Palomitas” foi criada com um violão que Tico encontrou na rua, consertou e usou na gravação. Já “Give me 5” foi gravada com uma guitarra de 8 cordas que o músico construiu. Além disso, o videoclipe da música "William Tell", uma versão cover punk rock de Gioachino Rossini, foi gravado na faculdade de música onde Tico estudou.

Outro detalhe importante, além de gravar todos os instrumentos, “City Lights” foi produzido, mixado e masterizado pelo próprio músico, com arte da capa elaborada por Raul Gimenes.

Confira a nossa entrevista com o simpático guitarrista, Tico Pereira:

FRS: Vamos conversar sobre o seu recente lançamento, ‘City Lights’. Quais foram as principais influências para a composição deste novo registro de estúdio?

Não tenho uma influência específica. Sou mais de aceitar um desafio. Tipo: “Quero gravar um metal”. Passo a ouvir mais o estilo, entender como funcionam as composições de heavy metal. Então o que vêm na cabeça eu já me animo pra estudar e fazer.

FRS: Quão desafiador foi a gravação de ‘City Lights’?

Pra mim é tudo muito intenso, difícil, mas prazeroso ao mesmo tempo. Tanto nesse álbum como no EP do ano passado eu gravei todos os instrumentos. A questão técnica de como gravar os instrumentos demora bastante, tipo qual microfone e guitarra usar, como eu quero que a música soe. Além de eu ser um puta preguiçoso. Preciso de muito tempo pra compor, gravar e tal. Tenho uns rituais pra começar a gravar. Tipo dormir bem, ligar o computador, descer pra tomar café da manhã, acender uns incensos. 

FRS: A música “Palomitas” foi criada com um violão que você encontrou na rua e consertou. Como foi a situação? Pode nos contar mais sobre?

Eu estava andando por um bairro aqui de São Paulo. Achei o violão todo destruído. Já de cara eu me animei pra compor uma música. Eu tinha umas partes elétricas de violão guardadas em casa. Meti cola, inseri a parte elétrica, limpei, coloquei cordas novas e gravei. Isso que é arte não?! 

FRS: Já falando sobre a faixa “Give me 5” foi gravada com uma guitarra de 8 cordas que você construiu. Quão significativo é para você?  

Pensei: “Construir uma guitarra dessa e não gravar um metal será igual ir no McDonalds e pedir uma salada”. O resultado ficou bem legal. Essa guitarra eu usei pouquíssima ferramenta elétrica. Metia o formão e martelo no instrumento. Ficava em casa de cócoras e seminu parecendo um neandertal construindo a guitarra.

FRS: A capa do EP é bastante curiosa, lembra vitros de igrejas antigas. Como surgiu a ideia para o desenho? 

A arte é do Raul Gimenes, um amigo de faculdade. Eu fiz uma sessão de fotos numa igreja, com vitrais, cadeiras rústicas e livros. Disse pro Raul que queria algo engraçado, um pouco blasfemo. De jeito nenhum queria uma capa brega de rock star comigo fazendo caras e bocas parecendo ser fodão. Acho que a capa ficou demais, divertida e colorida. Acho esse metais melódicos uma bosta porque os caras além de serem bobos se levam muito a sério. O Iron Maiden que é a maior banda de metal de todos os tempos não se leva a sério. Está aí um exemplo.

Capa do EP, 'City Lights'


FRS: Por fim, quais são os planos para 2022? Podemos aguardar uma turnê pelo país?

Emagrecer, encontrar um grande amor e ganhar meu primeiro milhão (risos). Até parece né. A turnê vai acontecer! Estamos vendo a questão do Covid. Em 2022 eu quero trabalhar esse álbum. Pretendo gravar um álbum de covers também. Pegar umas influências bem diferentes, mas a turnê é a prioridade.


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