Índigos anuncia novo disco de inéditas com participação de Malu Magri, Andret Oliveira e Bratislava

9:05 PM

Índigos - Foto: Andreina Mosteiro

"Sinapse" é uma íntima reflexão da banda sobre saúde mental e solidão, além de entender os prazeres da nossa própria companhia. São 8 faixas que esclarecem os sonhos e medos do power-trio e traz as participações de Malu Magri, Andret Oliveira e a banda Bratislava. 

Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

O termo 'índigo' é explicado como um ser que vem ao planeta com o objetivo de romper paradigmas  e velhas estruturas. Definitivamente, Marcelo Escobar (voz e baixo), Beto Gebhard (voz, violão e guitarra) e Alberto Whyte (bateria) entenderam o chamado e decidiram através da música quebrar conceitos antigos e nos apresentar a novos horizontes musicais. 

Dando continuidade aos discos “Miragem” (2014) e “Espelho” (2016), a Índigos lançou recentemente “Sinapse”. O novos registro de estúdio traz 8 faixas que equilibram um clima introspectivo com o peso do rock. Para completar a base, Andret Oliveira, da Banda Eddie (PE), soma nos teclados e synths. Totalizando aproximadamente 40 minutos de puro som autoral que mescla o rock alternativo atual, progressivo e sonoridades dos anos 60 a 80, álbum reflete sobre os diferentes sentimentos e ideias que passam em nossas mentes dentro de um único dia. Mais que um álbum, "Sinapse" é uma conversa com o ouvinte.

Uma das curiosidades desse álbum é que possui pouca edição, realmente intencionado para não mascarar erros e defeitos. O power-trio quis verdadeiramente mostrar como se comportam no dia-a-dia, no estúdio, no show. A banda ressalta sobre o álbum, "é orgânico, totalmente verdadeiro e é um disco que quando escutamos nos leva a viajar e nos tira da rotina pesada. Queremos que nossa música seja um meio para trocarmos, como uma conversa, um abraço. Você não está sozinho”. As principais inspirações foram Alice in Chains, Porcupine Tree, Placebo, Scalene e The Butterfly Effect. 

Outra novidade que "Sinapse" apresenta são as participações de Malu Magri, Andret Oliveira e da banda Bratislava. Malu Magri doa um pouco de seu dom ao participar de “Peregrino”, e a Bratislava divide “Tempestade”, composta em parceria e gravada ao vivo no estúdio Jacarandá.

Veja nossa entrevista com a Índigos que revelou todos os detalhes da composição do novo trabalho de inéditas e planos futuros: 

FRS: Para aqueles que estão conhecendo o trabalho da banda, como vocês se conheceram e decidiram formar o projeto?

A Índigos é uma sequência de trabalho de outras bandas e projetos passados, que culminaram no que somos hoje. 2 amigos com vontade de tocar juntos é o começo de provavelmente toda banda de rock!

FRS: Quais são as principais influências para a banda? 

Tudo ao nosso redor nos influencia. Até coisas que a maioria das pessoas não acreditaria. Música sempre tem o poder de abrir novas rotas e cada música que você escuta te abre um novo leque de ideias e possibilidades. Não acredito que tenhamos apenas 1 ou 2 influências. Nosso som tem uma essência de rock, mas foram vários caminhos que nos trouxeram até aqui.

FRS: Qual a origem do nome Índigos? 

Índigos é um nome forte, um nome que remete a uma conexão, uma aura,  a uma energia. É um pouco do que somos e do que queremos na relação com quem escuta nosso som, vai ao nosso show. Acho que ao explicar um nome a gente tira algo, que às vezes as pessoas sentem ou veem.

FRS: Como funciona o processo de composição entre vocês? É colaborativo?

100% colaborativo, às vezes inclusive fora da banda. Obviamente sempre existe uma semente, que vem de um de nós, mas o processo de criação para a ideia virar algo maior é sempre em conjunto. Com "Tempestade", música que convidamos o Bratislava para participar, foi assim também. O Vitor é um poeta que a gente admira e ele trouxe isso pro processo. A música ganhou um novo patamar.

FRS: Vamos falar sobre o mais novo lançamento da banda, "Sinapse". O que foi mais desafiador na composição do álbum em comparação com os trabalhos anteriores?

Grande parte disso vem do amadurecimento natural da banda. Outro fator foi a entrada do Beto Gebhard como membro da banda (ele já tocava desde o primeiro show da Índigos conosco, mas como convidado) e saída do Rafa Dantas, que cuidava das composições antes. Tínhamos um compositor erudito na banda, com arranjos super elaborados e complexos. Com o Beto, que fez a produção musical desse disco, a gente pôde se expressar mais, e isso refletiu nas músicas, mostrando nosso lado mais real, mais verdadeiro. Então o processo foi muito mais leve pra banda.

FRS: Para esse álbum, vocês contaram com a participação de nomes importantes do indie rock brasileiro. O que vocês podem falar sobre essa experiência?

Abrir suas composições para uma pessoa de fora da sua banda é sempre um momento especial. Aquele frio na barriga gostoso. A Bratislava é uma banda que admiramos e somos amigos. Foi um processo muito natural. Convidamos eles para uma jam no nosso estúdio, ficamos umas 3h trocando ideias e sons e a música veio. O segundo encontro já foi a gravação valendo que fizemos ao vivo, todo mundo junto na sala e rec!

Com a Malu Magri o processo foi um pouco diferente. Ela tem uma voz incrível e quando o Beto compôs a música ele a mostrou pra ela e a conexão tava feita! Novamente foi tudo muito rápido e verdadeiro.

A outra participação é quase um membro da banda. O André Oliveira é um músico extraordinário, com uma vasta experiência de shows e discos. O Beto trabalha a muitos anos com a banda Eddie, e a amizade e troca entre eles resultou nessa participação dele.

Assista ao clipe oficial da faixa "Palácio"

FRS: Qual música de "Sinapse" mais representa o momento atual da banda?

"Sinapse" tem muitas cores, muitos sentimentos e principalmente, tem muita conexão com diversos momentos do nosso dia a dia. Todas músicas cabem como trilha sonora do que estamos vivendo. A Índigos é, antes de ser uma banda, 3 amigos. Cada 1 com suas angustias, suas expectativas. E somos mutáveis. Hoje já somos diferentes do dia que gravamos o disco. Então cada momento somos um pouco do "Sinapse". Uma das músicas preferidas das pessoas até o momento tem sido "Peregrino". Uma música que fala de depressão, tem tido bastante atenção. Talvez pelo momento atual que nos fragiliza.

FRS: Para finalizar, quais são os planos futuros para a Índigos? 

Difícil pensar em futuro com essa pandemia. Nossos planos com o disco eram de por ele na rua pra alcançar as pessoas, fazer show para poder trocar esses sentimentos com quem ali estiver. Acho que 2020 já nos trouxe muitas coisas positivas também. Lançamos o disco, conseguimos fazer 2 clipes maravilhosos feitos 100% pela própria banda. E os feedbacks recebidos nos dão energia pra seguir em frente e enfrentar essa neblina toda.

Ouça "Sinapse" na íntegra: 

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