Radical Karma aposta em som mais pesado e elaborado em novo material de inéditas

10:00 AM


"Sintomas", o segundo EP da banda, traz quatro músicas que mostram o amadurecimento do quarteto em um ano de atividades

Radical Karma nasceu em 2017 a partir da união de importantes nomes da cena punk e hardcore nacional. O quarteto conta em sua formação com Gabriel Zander (voz), Fausto Oi (baixo), Mateus Brandão (guitarra) e Fernando Martins (bateria). A proposta sonora da banda é diferente do que as experiências anteriores dos músicos. Eles trazem um som mais alternativo com toques dos anos noventa. Toda a identidade visual é de responsabilidade da ilustradora Camila Rosa.

Em 2019 a banda lançou seu primeiro registro de estúdio, "Entre o Fim e o Começo". O EP gerou críticas positivas e deixou os fãs ansiosos pelo sucessor, "Sintomas". Este novo material de inéditas, já disponível em todas plataformas digitais, apresenta quatro músicas que mostram o amadurecimento dos experientes músicos. As quatro faixas sugerem um diálogo claro e honesto com o ouvinte, abordando questões cotidianas como ansiedade urbana, relacionamentos, cobranças, desejos, frustrações e pequenas conquistas diárias.

Para recente registro, a banda conta que o processo foi muito mais rápido no que diz respeito à composição. "Entendo que a banda já tinha encontrado uma identidade sonora (que obviamente pode mudar de direção com o tempo) e isso tornou tudo mais fácil", comenta Mateus Brandão, o guitarrista.

Conversamos com o baixista Fausto Oi que nos contou sobre a trajetória deste super quarteto, produção do novo EP e dos planos futuros. Confira: 

FRS: Para aqueles que estão conhecendo a banda pela primeira vez, como o projeto começou?

Fausto: Foi no final de 2017, na saída do show do Hot Water Music. Encontrei com o Gabriel Zander (estávamos muito felizes por termos assistido o show) e ele falou quer precisávamos montar uma banda, que iria falar com o Mateus Brandão (guitarrista do Chuva Negra) e assim nasceu ideia. Um tempo depois voltamos a conversar e chamamos o Fernando Chero, baterista do Horace Green e ASTMA e logo começamos a ensaiar, já no início de 2018. Durante todo esse ano ensaiamos bastante e o resultado foi o lançamento do EP "Entre o Fim e o Começo" lançado em 2019.

FRS: Como nasceu o nome Radical Karma?

Fausto: O Bil (Gabriel Zander) veio com a sugestão do nome, pois havia assistido um documentário chamado "Radical" que lhe chamou a atenção,e a palavra "Karma" era algo que ele gostaria de usar. É diferente, né? Eu mesmo estranhei no início, mas fui lendo e pensando no "Radical Karma", cada um de nós fez isso. Comecei  a associar com o significado da palavra radical, como raiz, origem, e do uso do termo em matemática e química, e acabei gostando muito!

FRS: Qual é o principal propósito do Radical Karma?

Fausto: Tocar e compor músicas diferentes de que estamos acostumados com as outras bandas que temos ou tivemos, experimentar coisas novas, camadas, efeitos, nuances. Porém as letras é uma parte vejo com extrema importância, abordando nossas vivências, nossos aprendizados e observações, temas sócio-políticos e pessoais.  

FRS:  Vocês estão prestes a lançar o EP, "Sintomas". Como foi o processo de produção deste novo registro de estúdio? Quais são as maiores influências para ele?

Fausto: Nós começamos a compor o "Sintomas" após o termino da gravação do "Entre o Fim e o Começo", mas só conseguimos finalizar em 2020, pois todos temos inúmeros projetos musicais e profissionais. Na parte de composição das músicas ele foi mais rápido do que o primeiro, já estávamos com a química de tocarmos os 4 juntos, e o Phil Fargnoli nos ajudou muito novamente, pois ele produziu os dois eps. Em relação às influências, creio que já estamos com uma identidade bem legal de composição, com guitarras com bastante efeito de delay, chorus e reverb, remetendo ao shoegaze, ao guitar e ao emo do começo dos anos 90, com a agressividade do grunge, baixo com distorção e tentando estar bem junto da bateria. Posso citar algumas bandas como Smashing Pumpkins, Violet Soho, Nirvana, Title Fight, Basement, Fugazi e Superchunk. Eu estava ouvindo bastante Stone Roses e At The Drive-in também.

FRS: A primeira faixa divulgada do novo trabalho foi a música "Em Colapso". O que torna a música tão especial que os fizeram escolher como primeiro single?

Fausto: Essa é uma pergunta bem legal, pois não foi nenhum integrante que escolheu essa música, mas sim a Camila Rosa, que é a artista responsável pelas ilustrações da banda. Nós mandamos as 4 canções para ela ouvir, pois iria fazer as capas do single e do novo ep (ela fez todas as artes do nosso primeiro trabalho também). Então, ela se inspirou na "Em Colapso" para fazer a ilustração do single e ficou demais! Nós adoramos o trabalho dela, e é incrível como as artes que ela ilustrou definiu a nossa identidade visual e deu mais personalidade para a banda. 

"Em Colapso" foi a última letra que o Bil escreveu. Ela veio após uma longa conversa num ensaio, aonde estávamos desabafando sobre os problemas e ansiedades que a vida nos traz, as pressões e cobranças.


Ouça "Em Colapso":


FRS: Quais são os ingredientes de uma boa música do Radical Karma?

Fausto: Acho que a bagagem que cada integrante tem, a cabeça aberta para ouvirmos as ideias uns dos outros, escutarmos coisas novas, pegarmos nossas influências antigas e a nossa personalidade de tocar e compor e o jeito que o Bil escreve e encaixa as letras definiram as nossas músicas. Nós gostamos delas, não pensamos numa fórmula para que elas sejam agradáveis para quem for escutar, elas nos agradam e passam mensagens e sentimentos que temos e acreditamos. Fazendo com paixão e sinceridade com certeza alguém se identifica, e acho que isso faz com que sejam boas canções. Felizmente as pessoas têm gostado!

Assista ao vídeo oficial de "Fez",  faixa de abertura do novo EP. O vídeo transmite a energia do Radical Karma ao vivo uma vez que foram captadas as imagens dos 11 shows realizados em um ano de estrada:


FRS: O que vocês enxergam para o futuro do rock brasileiro após a quarentena?

Fausto: Mesmo com o distanciamento as bandas e artistas estão dando um jeito de produzir, compor e tocar (em casa). Acho que vem muito material novo por aí, mas não sei quando será seguro os shows retornarem, a interação público e banda num mesmo ambiente. Realmente em relação às apresentações não sei como vai ser.

FRS: Finalmente, quais são os planos da banda após tudo voltar ao normal?

Fausto: Estamos já trabalhando à distância em novas músicas para um próximo lançamento, e esperamos tudo estar bem para fazermos um show de lançamento e uma tour do EP "Sintomas".


Ouça o Ep, "Sintomas", na íntegra: 

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