Guilherme Lemos comenta sobre a importância de Renato Russo na sua carreira

12:29 PM

Guilherme Lemos - Foto: Renata Seabra
O músico nos contou sobre o início da carreira e como Legião Urbana o impulsionou a começar na profissão aos 15 anos de idade

Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Renato Russo é definitivamente uma unanimidade quando se trata do rock nacional. Suas letras e melodia continuam a inspirar músicos até hoje. Entre um dos seguidores da arte deste icônico artista está Guilherme Lemos. O cantor e compositor carioca, nascido no bairro da Tijuca, sempre foi apaixonado por música. Ele não largava a vitrola que ganhou dos pais aos 5 anos de idade. Mas, aos 11 anos de idade ele ouviria uma música que mudaria completamente a vida dele. "Faroeste Caboclo" o introduziu à Legião Urbana que pouco tempo depois se tornou a sua banda predileta. “Eu sou fã da Legião desde os 11 anos”, conta Guilherme Lemos, que começou sua trajetória pelo mundo da música aos 15 anos de idade e começou a atuar profissionalmente como cover do Renato Russo em 1995.

Guilherme Lemos já participou e ganhou por duas vezes o quadro “Se vira nos 30”, no programa Domingão do Faustão, da TV Globo. As apresentações fizeram tanto sucesso que ele foi convidado a  retornar ao programa e interpretar músicas do ídolo, Renato Russo, em homenagem aos sete anos de sua morte, e cantar para a cantora italiana Laura Pausini. Em 2006, o músico realizou uma performance super especial para um público de aproximadamente 10 mil pessoas em Guapari, Espírito Santo, na plateia estavam presentes os familiares do grande poeta Renato Russo. No mesmo ano, ele reuniu 30 mil pessoas em show no Paraná.  Em 2009, o cantor fez uma participação ao lado da Banda Biquini Cavadão, no histórico Circo Voador, no Rio de Janeiro, ganhando respeito de bandas consagradas. Na estreia do filme "Somos Tão Jovens" em 2013, ele estava na pré-estreia ao lado de Carmem Manfredini, a mãe de Renato Russo. Guilherme Lemos também participou do lançamento do livro "Só Por Hoje E Para Sempre" que Giuliano Manfredini (filho do Renato ) lançou no programa Encontro  Fátima Bernardes.

Hoje, aos 43 anos, Guilherme Lemos segue levando o legado do seu grande ídolo com apresentações pelo Brasil, e no Rio de Janeiro em locais consagrados como o teatro Rival Petrobrás, Circo Voador, Bar do Tom, lonas e arenas culturais e eventos municipais. Conheça mais a carreira desse excelente músico:

FRS: Você se encantou por Legião Urbana aos 11 anos de idade através da música "Faroeste Caboclo". De que forma essa música em especial te impactou fazendo com que se apaixonasse pela banda?

Guilherme Lemos: Primeiramente gostaria de agradecer a Ingrid e todo o pessoal aí da Female Rock Squad pela oportunidade de ter essa entrevista com vocês. Bom, quando eu ouvi o 'Faroeste Caboclo' eu realmente fiquei fascinado! O que foi que me moveu primeiro, foi a qualidade vocal do Renato Russo, né? Aquela voz encorpada, aquela voz presente, forte você percebe a personalidade na voz dele. Segundo, foi o tamanho da letra, o tempo de duração da música (risos). Quase 10 minutos de música, e eu olhava assim para o relógio falando assim:
- Gente! Essa música não vai acabar?! Rs. Mas a história é muito interessante, né? Então como era a primeira música que eu tava ouvindo da banda, eu imaginei assim:
- Poxa, se essa é a primeira que eu tô ouvindo, imagina as outras canções? Que letras maravilhosas não devem ter?! Porque eu tive uma formação muito dentro da MPB. Ouvindo os discos dos meus pais, então eu sempre fui acostumado ouvir música de verdade. Graças a Deus, rs! Meus pais me acostumaram muito a estar ouvindo boas músicas, então com isso, eu já tinha um pensamento formado. Mesmo sendo uma criança de 11 anos de idade, já sabia ouvir e distinguir o que era coisa boa, rs.
E foi isso que me fascinou na Legião Urbana, e me fez então  fã até hoje!

FRS: Aos 15 anos você começou a atuar profissionalmente como cover do Renato Russo. O que mais te impulsionou a iniciar o projeto?

Guilherme Lemos: Bom isso é uma longa história que eu vou tentar resumir aqui. Aos 15 anos de idade eu já era músico profissional, cantava na noite nos barzinhos várias canções da MPB, do rock nacional e Legião. Então, um belo dia na minha casa me bate um rapaz na minha porta, e me faz uma proposta para que montássemos uma banda cover de Legião Urbana. Eu dei uma gargalhada bem grande na frente dele, rs
Aí eu perguntei:
- Cara de onde que você tirou essa ideia maluca?
Eu nunca que vou conseguir fazer um tipo de trabalho desse! Rs.
Aí ele me falou assim: - Guilherme, eu acompanho as suas apresentações, não sei se você já me viu em alguma delas, e eu vejo como que as pessoas ficam impactadas ao ouvir você interpretando as músicas da Legião Urbana. E como eu sou um grande fã também assim como você, foi o que me moveu a te fazer essa proposta.
Aí eu falei:
-Tudo bem, realmente a Legião Urbana é a minha banda preferida desde criança. Mas isso não significa que eu vá fazer um trabalho de cover!
E o engraçado que na época eu tinha um visual totalmente metaleiro (risos). Era muita informação!  Porque o que eu cantava, não tinha nada a ver com meu visual. Mas, também eu era um adolescente, né? Estava começando a tentar me encontrar! Eu só sei dizer que, o rapaz  me venceu pelo cansaço durante um mês insistindo para que eu entrasse no projeto (risos). Eu falei que entraria no projeto se ele me desse um refresco da cara dele por alguns dias (risos), e que também eu não iria correr atrás de músicos para montar banda. Só que eu não sabia, era que ele já tinha um projeto todo montado ensaiado e só a espera do vocalista. Aí eu acabei entrando nessa onda, e estou até hoje graças a esse maluco que bateu na minha porta e me propôs essa ideia.

FRS: É frequentemente dito que pessoas dotadas tem uma personalidade excêntrica ou difícil. Como você classificaria a personalidade de Renato Russo?

Guilherme Lemos: Olha, eu acho meio complicado fazer esse tipo de análise da personalidade do Renato Russo. Até porque eu não tive a oportunidade de conhecê-lo. Mas, analisando pelo que ele escreveu, percebia-se que ele era uma pessoa complicada. Muitos conflitos na cabeça dele, era uma pessoa altamente depressiva, com certeza em muitas horas incompreendido. É uma pessoa que vai de um extremo a outro ama demais, odeia demais. Ao mesmo tempo tempo está muito alegre e ao mesmo tempo também muito triste tudo ao extremo. Personalidade muito forte e muito perfeccionista.

FRS: Na sua descrição, qual a importância da arte do Renato Russo na música brasileira?

Guilherme Lemos: Ah, o Renato é uma artista atemporal! As músicas dele fazem até hoje as pessoas pensarem, coisa que as músicas atuais não fazem hoje, né? (risos). Ele conseguiu expressar os seus sentimentos, escrevendo em primeira pessoa do singular, o que na verdade todo e qualquer ser humano sofre. Tanto que para cada pessoa, existe uma canção que se enquadre com o momento em que ela está vivendo ou já viveu. E é algo que está passando da geração mais antiga para a mais nova. Uma salvação da música brasileira, que anda numa fase caótica.

FRS: Você participou algumas vezes e se consagrou campeão de quadros do programa Domingão do Faustão levando o legado de Renato Russo. Como foi a experiência de cantar Legião Urbana em rede nacional?

Guilherme Lemos: Ah, foi prazeroso poder homenagear o nosso querido Renato Russo. Uma grande responsabilidade. Mas sinto que foi uma das etapas cumpridas dessa grande missão que me foi colocada.


FRS: Qual música em particular mais te emociona ao cantar ao vivo?

Guilherme Lemos: Hum, tem tantas! Mas, "Metal Contra As Nuvens", tem um significado especial pra mim. Sou um brasileiro, lutador e como dizem as frases:
" Não sou escravo de ninguém.
Ninguém senhor do meu domínio..."
E outras como:
" Não me entrego sem lutar.
Tenho ainda coração.
Não aprendi a me render.
Que caia o inimigo então..."
Canto isso com muita emoção.

FRS: Como nasceu o projeto "Filhos da Revolução" e qual é seu sentimento ao levá-lo Brasil a fora?

Guilherme Lemos: O projeto surgiu há 8 anos, na verdade eu queria intitular a banda. Porque eu sou um artista solo desde que tive que aparecer na TV sozinho. Mas achava legal que a banda tivesse um nome. Assim como alguns artistas intitulam as suas bandas. Nando Reis e o Infernais, Tim Maia e banda Vitória Régia. Mas, eu não faço nada sem a minha banda, são músicos excelentes, competentes e de muita presença. São o meu alicerce.

FRS: Quais são os planos futuros de Guilherme Lemos?

Guilherme Lemos: Bom, depois de muito tempo fazendo tributo a Legião Urbana. E também a pedidos de alguns admiradores do trabalho, o que temos em mente, é agregar ao trabalho umas músicas autorais. Esse ano pretendemos entrar em estúdio para começarmos a gravar.

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