Far From Alaska prova porque o nordeste tem rock'n'roll nas veias

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Far From Alaska - Foto: Jomar Dantas
O grupo potiguar é um dos representantes nacionais do Lollapalooza Brasil 2015

Que o nordeste fornece grandes artistas de rock, isso todo mundo está careca de saber. Por essa razão conhecemos a banda Far From Alaska. A banda conta em sua formação por Emmily Barreto (voz), Cris Botarelli (teclado e voz), Edu Filgueira (baixo), Rafael Brasil (guitarra) e Lauro Kirsch (bateria). Apesar do nome se remeter a um frio estado americano, o quinteto surgiu na calorosa cidade de Natal, Rio Grande do Norte.

A tecladista Cris Botarelli revelou em entrevista ao FRS (leia AQUI) que Far From Alaska nasceu de uma forma totalmente despretensiosa, mas que vêm colhendo excelentes frutos. O início se deu em 2012 quando Cris e Emmily decidiram montar uma banda juntas. Ambas já se conheciam da projeto Talma&Gadelha aonde Cris tocava guitarra e Emmily era responsável pelas baquetas. Nessa nova jornada Emmily estaria encarregada dos vocais e em seguida convidaram amigos próximos para dar sequência. Cris afirma que nem importava tanto o que eles fossem tocar. A própria tecladista definiu o momento como “mistura esse povo aí e vê no que dá”.

O grupo potiguar possui uma características fortes e singulares que ficaram evidentes no lançamento do álbum de estreia "modeHuman", fazendo desta forma com que os músicos se tornassem uma das mais promissoras novidades do rock nacional. Far From Alaska faz um som cheio de força, repleto de riffs pesados de guitarra, com intervenções eletrônicas, além de integrar os vocais viscerais de Emmily Barreto. A própria banda define a sonoridade como um "caos orquestrado".

"modeHuman" foi gravado no estúdio Tambor (Rio de Janeiro), produzido por Pedro Garcia (Planet Hemp) e masterizado em Seattle (USA) por Chris Hanszek, que já trabalhou com Soundgarden, Melvins e Skin Yard, entre outros. Nas 15 faixas do álbum, o grupo afirma transmitir um retrato da natureza humana. Entre elas estão as já conhecidas do primeiro trabalho o EP “Stereochrome”, como “Thievery” e “Monochrome”, o single “Dino vs Dino”, incluindo as inéditas “Deadmen”, “Politiks” e “Another Round”.

A banda já passou por grandes festivais, como Planeta Terra (São Paulo), Grito Rock (Rio de Janeiro), Banana (Goiânia) e agora se prepara para o Lollapalooza Brasil 2015 que acontece nos dias 28 e 29 de Março no Autódromo de Interlagos na capital paulista. Mais uma vez Cris Botarelli atendeu gentilmente a equipe do FRS e nos conta sobre a divulgação do recente trabalho e da expectativa de tocar no festival de Perry Farrel, confira: 

FRS: Em maio vocês lançaram o álbum "modeHuman". Na visão da banda, como que o público recebeu esse novo trabalho? 

Cris Botarelli: Surpreendentemente bem! Ficamos muito ansiosos pra saber se nosso disco cheio teria um feedback tão bom quanto nosso primeiro EP, e acho que conseguimos!  O modeHuman representa muita coisa legal pra gente como banda. É nosso primeiro filho haha! E, olha, não foi um parto fácil, foi muito suado compor e deixar tudo como gostaríamos. A gente é meio chato com as próprias coisas, sabe como é? É bom saber que o que foi satisfatório pra gente foi satisfatório pra o público também, que essa sintonia perdure pelos próximos registros!

FRS: Se você pudesse descrever a sonoridade do "modeHuman"  em uma palavra, qual seria? E na sua opinião qual o diferencial deste álbum?

Cris Botarelli: Ah, aí você complicou pro nosso lado, hein? ahah! Podemos usar uma expressão bem potiguar? modeHuman em uma palavra: “vish!”, ou seja, difícil, viu? Sabe quando você cozinha um prato e coloca tanto ingrediente dentro que no final, embora fique gostoso, você não sabe nem o que tá comendo? Acho que esse disco (e a banda) é bem por aí... E é exatamente isso que a gente pode chamar de “diferencial”, o fato de o som ser muito livre, ter muitas influências misturadas, sem preconceito de estilo e de forma que a banda fique satisfeita, porém sem satisfazer nenhum rótulo. 

FRS: A relação da banda com os fãs é próxima? Vocês costumam responder perguntas nas redes sociais?

Cris Botarelli: É sim, a gente sempre tenta responder todo mundo e gosta muito dessa interação! É muito legal ver que a coisa tá se espalhando por lugares diferentes e em proporções que a gente às vezes nem imagina!

FRS: Vocês são um dos representantes brasileiros no festival Lollapalooza Brasil 2015. Como vocês receberam o convite e qual foi a reação da banda?

Cris Botarelli: O pessoal que organiza entrou em contato com a nossa gravadora, que por sua vez nos deu a notícia por telefone, num dia em que, por coincidência, estávamos todos juntos almoçando por ocasião de uma reunião da banda. O Rafa (guitarrista) atendeu o Rafael Ramos, diretor da Deck, e ficou sem reação. Eu e a Emmily saímos correndo pelo shopping de alegria (pequeno mico, sim) e o Edu e o Lauro ficaram brigando com o Rafa porque ele não conseguiu ser um ser humano normal e gritar de felicidade ao telefone! Tivemos que ligar novamente pra o Rafael Ramos porque nosso guitarra ficou tão reticente que a gente não acreditou. Depois a gente descobriu que ele estava era em choque! Ai, ai, foi muito feliz! ahahaha

Far From Alaska: "É bom saber que o que foi satisfatório pra gente foi satisfatório pra o público também, que essa sintonia perdure pelos próximos registros!"

FRS: Far From Alaska tem uma larga experiência em festivais.  Há uma preparação diferente para a banda quando se apresenta em festivais e em shows solo?

Cris Botarelli: Na verdade, não. A gente é bem relaxado quanto a tudo isso. A gente faz o show pra se divertir e se diverte. Tentamos umas coisas diferentes e tal, mas no geral a gente ensaia muito a execução das músicas pra quando subir no palco ser feliz e fim, sem nenhuma preocupação. Acho que isso conta a nosso favor no show, rola muita energia, muita verdade, sabe? O público percebe isso e troca de volta. É um momento mágico, de verdade. 

FRS: O que vocês planejam para a apresentação no Lollapalooza em particular?

Cris Botarelli: Lá vem mais um “vish” nessa entrevista: vish, não sei não! Mas vai ter alguma coisa sim, ainda estamos pensando no quê! No mais, podem esperar o de sempre, que é a gente lá dando tudo que tem e se divertindo horrores. Isso já é muita coisa!

FRS: Há planos de novas composições em 2015? Quais os planos futuros da banda?

Cris Botarelli: Em algum momento de 2015 nós vamos entrar em estúdio juntos pra compor. Enquanto isso, cada um faz suas coisinhas em casa quando bate a inspiração. Mas o plano do próximo ano continua sendo esgotar lugares pra tocar no Brasil inteiro e, quem sabe, fora! A gente quer tocar! Ah, e vão sair clipes também, inclusive já tem um sendo filmado, mas a gente ainda não pode falar muito! Aguardem!  

FRS: Deixe uma mensagem para nossos leitores.

Cris Botarelli: Gente bonita, fina, elegante e sincera, um beijo pra todo mundo! Acompanhem as bandas brasileiras que vocês curtem, e se não curte quase nenhuma, tá na hora de tentar conhecer, aqui tem muita coisa boa! Vão aos shows, não chorem pra pagar ingresso (já que todos pagam muitos dinheiros pra ver bandas gringas e ainda achando bom, estamos de olho, hein? ahahah), divulguem pros amigos, deem feedback: é a fórmula pra deixar qualquer banda feliz e não deixar o rock morrer! Ah, e pra que ele não morra, se possível, faça você também uma banda :)

Assista ao clipe de Thievery:



Veja aonde encontrar Far From Alaska na internet:




A quarta edição brasileira do Lollapalooza acontece, nos dias 28 e 29 de março de 2015, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Mais informações sobre line-up e ingressos estão no site http://www.lollapaloozabr.com/

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