Blades of Steel: do debut ao futuro do heavy metal brasileiro

5:00 PM

Blades Of Steel - Foto: divulgação

Após lançar seu primeiro álbum em 2025 e renovar a formação, a banda fala sobre sua trajetória, parcerias e planos para o futuro

Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Formada em meio à pandemia, a Blades of Steel nasceu da inquietação criativa de Yara Haag, que encontrou em amigos e parceiros musicais a força para transformar ideias em um projeto sólido de heavy metal. Com o apoio da Metal Relics e a produção de Rafael Augusto Lopes (Crypta), a banda lançou em 2025 seu álbum de estreia, que recebeu ótima repercussão da crítica e do público. Entre os destaques, está o single “Riders of the Night”, que contou com a participação especial de Prika Amaral (Nervosa) e marcou uma virada sonora na trajetória do grupo.

Após mudanças na formação, a chegada da jovem guitarrista Mirella Caramelo, de apenas 16 anos, trouxe um novo fôlego criativo e reforçou a identidade do Blades of Steel como uma banda que sabe se reinventar sem perder sua essência. Agora, o grupo prepara a próxima fase de sua jornada, trabalhando em novas composições e apresentando a força de sua atual formação nos palcos.

Confira a nossa entrevista com a vocalista Yara Haag:

FRS: Primeiro, vamos falar sobre o início de estrada da banda. Para quem está conhecendo Blades Of Steel agora, como vocês iniciaram o projeto?

Yara Haag:  A Blades of Steel surgiu durante a pandemia, quando comecei a compor letras e estruturar o conceito da banda com o apoio de amigos como Bil Martins, Jonas Soares e Rafael Romanelli, que além de assinar a identidade visual passou a integrar o grupo. Com o suporte da Metal Relics, gravamos nosso primeiro álbum no Estúdio Casanegra, sob produção de Rafael Augusto Lopes (Crypta). Em 2025, lançamos Riders of the Night com a participação de Prika Amaral (Nervosa), um marco importante para nossa trajetória. Recentemente, tivemos mudanças na formação com a saída de alguns membros e a chegada da jovem guitarrista Mirella Caramelo, de 16 anos, que trouxe novo fôlego criativo à banda. A cada passo, a Blades of Steel continua mostrando resiliência, união e comprometimento em levar o heavy metal brasileiro para novos patamares.

FRS: O álbum de estreia lançado em 2025 teve uma repercussão bastante positiva. Como foi o processo de composição de disco? Foi algo coletivo?

Yara Haag: Sim, o processo de composição do disco foi bastante coletivo. Cada integrante trouxe ideias, riffs, letras, referências e sentimentos que estavam pulsando naquele momento, e fomos lapidando tudo juntos, faixa por faixa. A gente costuma dizer que esse álbum é um retrato da banda como um todo — não só musicalmente, mas também nas vivências que compartilhamos durante sua criação.

Claro que algumas músicas nasceram de ideias individuais, mas o desenvolvimento sempre passou pelo grupo. A gente discutia arranjos, testava possibilidades, ajustava dinâmicas… foi um processo intenso, mas muito verdadeiro. Cada som carrega um pouco de cada um, e isso é o que dá identidade ao disco. Ele não é só uma coleção de faixas é uma construção coletiva que reflete quem somos e o que queremos dizer.

FRS: O álbum de estreia lançado em 2025 teve uma repercussão bastante positiva. Como foi o processo de composição de disco? Foi algo coletivo?

Yara Haag: Sem dúvida, “Blades of Steel” é a faixa que mais representa esse primeiro trabalho. Pra gente, ela é um hino — não só pelo peso e pela energia que carrega, mas pelo que simboliza em termos de identidade, mensagem e conexão com o público. É uma música que, na nossa opinião, já virou um clássico dentro do que construímos até aqui.

Claro que todas as faixas têm um lugar especial. Cada uma marca um momento, uma ideia, uma emoção que vivemos juntos durante o processo. Se fosse possível, destacaríamos todas, porque o disco é coeso e cada música tem seu papel. Mas “Blades” é, sem dúvida, a que mais sintetiza quem somos e o que queremos dizer com esse trabalho. Ela é o coração do álbum.

FRS: Quais foram as maiores dificuldades e aprendizados que vocês enfrentaram ao lançar o primeiro álbum?

Yara Haag: Lançar o primeiro álbum foi uma experiência intensa, cheia de desafios e aprendizados que moldaram muito do que somos hoje como banda. Uma das maiores dificuldades foi conciliar todas as etapas do processo com os recursos que tínhamos — desde a gravação até a finalização física do disco. Fazer tudo que uma banda precisa exige muito jogo de cintura, organização e, acima de tudo, persistência.

Outro aprendizado importante foi entender o impacto que a música pode ter quando ela finalmente chega às pessoas. Ver as faixas ganhando vida nos ouvidos e nas mãos do público — seja nos streamings ou no disco físico — nos mostrou que todo o esforço valeu a pena. E mais do que isso: nos ensinou que a conexão com quem escuta é o que realmente dá sentido a tudo isso.

FRS: O álbum foi lançado por um selo importante para a cena underground, a Metal Relics. Como essa parceria ajudou a dar visibilidade ao trabalho de vocês?

Yara Haag: A Metal Relics é muito mais do que um selo pra gente — são verdadeiros parceiros nessa caminhada. Desde o início, acreditaram no nosso som e nos deram todo o suporte necessário pra que o disco ganhasse vida da forma que imaginamos. Ajudaram na produção do material físico, na divulgação e, principalmente, nos trataram com respeito e comprometimento.

FRS: O single “Riders of the Night” com a Prika Amaral foi um grande marco. Como foi trabalhar com ela e que impacto essa parceria trouxe para a banda?

Yara Haag: Sinceramente, a gente nem estava contando que essa parceria fosse trazer algum tipo de retorno ou repercussão. Chamei a Prika porque admiro profundamente ela como artista e, acima de tudo, como pessoa. A Prika é uma das minhas melhores amigas, e meu desejo era fazer algo que a homenageasse, que ela se sentisse parte de verdade — não só como convidada, mas como alguém que está presente na nossa história.

Claro que chamou atenção, porque ela é uma das maiores representantes do metal nacional, e isso por si só já carrega um peso. Mas pra mim, o mais importante foi o significado dessa música dentro da banda. “Riders of the Night” marca uma virada: é um reflexo de como nossas composições vão soar daqui pra frente. Me sinto muito mais madura vocalmente, e acho que esse trabalho me ajudou a encontrar uma confiança que talvez me faltava na gravação do primeiro disco. Foi um processo de crescimento, e ter a Prika ao meu lado nesse momento tornou tudo ainda mais especial.


FRS: A entrada da Mirella trouxe uma renovação para o Blades of Steel. Como vocês sentem que essa mudança impactou a energia e a identidade do grupo?

Yara Haag: A entrada da Mirella trouxe uma energia renovada pro Blades of Steel. Pessoas novas sempre movimentam as coisas, e ela, por ser jovem, chegou com muita vontade de aprender e contribuir. É talentosa, tem presença, e está descobrindo o que é viver uma banda de verdade — com tudo o que isso envolve. É uma troca constante: ela aprende com a gente, e a gente também aprende com ela. O sentimento principal é de cuidado. Estamos lidando com sonhos — e isso exige respeito, atenção e parceria.

FRS: Vocês estão iniciando a composição do próximo álbum. O que os fãs podem esperar em termos de sonoridade e temática em comparação ao disco de estreia?

Yara Haag: O público pode esperar que vamos manter nossas raízes, sem dúvida — o peso, a intensidade e a verdade que sempre fizeram parte do Blades of Steel continuam firmes. Mas ao mesmo tempo, estamos explorando novas formas de expressar isso. O segundo disco vem com uma abordagem diferente, mais madura, mais segura, refletindo tudo o que vivemos desde o lançamento do primeiro.

FRS: Como vocês enxergam a importância de tocar ao lado de bandas da cena nacional, como High Moonlight, Imundos e Santo Graal, nesse show de estreia da nova formação?

Yara Haag: Tocar ao lado de bandas da cena nacional como High Moonlight, Imundos e Santo Graal nesse show de estreia da nova formação é algo que valorizamos muito. A gente apoia a cena como um todo — seja com bandas que têm uma sonoridade próxima da nossa ou, como nesse caso, grupos com propostas totalmente diferentes. É justamente essa mistura que torna o festival especial.

Pra nós, o mais importante é estar entre pessoas que trabalham com a mesma dedicação, que enfrentam os mesmos desafios e que acreditam na força da música independente. Cada show é uma oportunidade de troca, de fortalecimento da cena, e esse não vai ser diferente. Estamos chegando com tudo, com respeito e com vontade de somar.

FRS: Qual tem sido o maior desafio nessa fase de renovação e quais são os planos a curto prazo para o Blades of Steel?

Yara Haag: O maior desafio nessa fase tem sido justamente conciliar tudo o que está acontecendo ao mesmo tempo. São muitas mudanças, compromissos pessoais, responsabilidades com a banda, e tudo isso exige uma organização que nem sempre é fácil de manter. Cada integrante tem sua rotina, seus trabalhos, suas demandas, e fazer tudo funcionar em harmonia é um esforço constante.

Mas apesar da correria, seguimos firmes e comprometidos. A curto prazo, os planos do Blades of Steel são continuar compondo o próximo disco, fortalecer a nova formação e levar esse novo momento aos palcos. Cada passo é importante, e estamos focados em construir com consistência, respeitando nossos tempos e cuidando do que estamos criando juntos.

FRS: Qual mensagem você pode deixar aos fãs e aos nossos leitores?

Yara Haag: Agradecemos pelo convite e pelo espaço dedicado ao Blades of Steel. É importante ter veículos que apoiam e divulgam o trabalho das bandas independentes, especialmente num cenário onde cada passo é conquistado com muito esforço.

A quem acompanhou a entrevista até aqui, nosso respeito e agradecimento. Seguimos trabalhando, compondo e tocando com seriedade e comprometimento. O que vem pela frente é resultado dessa dedicação — e esperamos encontrar vocês nos próximos capítulos.

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