Três décadas de riffs: Monsters of Rock 2025 une gerações em um festival épico
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Crédito: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts |
Edição comemorativa reúne lendas do rock e heavy metal em apresentações inesquecíveis e confirma continuidade do festival em 2026
Monsters Of Rock agitou o Allianz Parque, em São Paulo no último sábado (19). O festival reuniu grandes nomes do heavy metal e do rock'n'roll mundial com Europe, Judas Priest e Scorpions sendo os headliners. Foi uma verdadeira celebração dos 30 anos do evento que se consolidou como um dos principais festivais do estilo no cenário mundial. De acordo com a Mercury Concerts, responsável pela produção do Monsters Of Rock, a edição de 2026 está mais que garantida, pois algumas bandas já estão sendo sondadas.
Mais do que um line-up de peso, o Monsters Of Rock também se destacou como uma verdadeira homenagem à trajetória do rock e do metal Os shows foram extremamente pontuais e o palco com uma estrutura de encher dos olhos. Outro ponto interessante, é poder observar a união de diferentes gerações. Vários jovens estavam presentes e ao lado dos pais curtiram ao vivo bandas e canções que marcaram época. Veja o que conferimos por lá:
Retorno triunfal de Savatage no Brasil
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Crédito: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts |
O Savatage estreou no Brasil após mais de 20 anos de hiato, no Monsters of Rock, com uma apresentação marcante no Allianz Parque. A banda executou "The Ocean" ao vivo, ao invés de usar faixas pré-gravadas, destacando a influência da Trans-Siberian Orchestra. Com uma formação clássica, incluindo Zak Stevens e Al Pitrelli, o grupo revisitou seus álbuns dos anos 90, como The Wake of Magellan e Handful of Rain, e ainda trouxe à tona clássicos mais antigos, como "City Beneath the Surface". A performance foi teatral, com vídeos sincronizados e homenagens a Criss Oliva. Apesar de uma estreia com sinais de nervosismo, o show agradou.
Europe surpreende com show pesado e enérgico no Monsters of Rock 2025
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Crédito: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts |
Europe fez provavelmente um dos shows mais interessantes do Monsters Of Rock 2025. A banda sueca entregou um show poderoso e muito além do esperado. Pontualmente às 17h20, sob céu ameaçador no Allianz Parque, “On Broken Wings” e “Rock the Night” abriram o set, mostrando que o repertório do Europe vai muito além de “The Final Countdown”.
Combinando clássicos dos anos 1980 com faixas da fase atual, como “Walk the Earth” e “Last Look at Eden”, o grupo liderado por Joey Tempest surpreendeu com peso, energia e carisma. O vocalista mostrou fôlego e bom humor, enquanto John Norum brilhou nas guitarras com técnica e sensibilidade.
Baladas como “Carrie” garantiram momentos de emoção, e hits como “Superstitious” e “Cherokee” prepararam o terreno para o encerramento apoteótico com “The Final Countdown”. Quem esperava só um flashback dos anos 80 saiu impressionado com uma apresentação afiada e atual. Pelo entusiasmo do público, foi um show memorável — e, nas palavras de Tempest, “bom pra c**alho”.
Judas Priest no Monsters of Rock 2025: Realeza do Heavy Metal em Plena Forma
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Crédito: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts |
Judas Priest segue sendo uma das realezas do heavy metal, e o show no Monsters of Rock 2025 deixou isso ainda mais evidente. Rob Halford (voz), Richie Faulkner (guitarra), Andy Sneap (guitarra), Ian Hill (baixo) e Scott Travis (bateria) entregaram técnica e vigor de forma inigualável, provando que o tempo só reforça a força da banda.
A apresentação começou às 19h10 com a poderosa "Panic Attack", do álbum "Invincible Shield" (2024), recebida com entusiasmo pelo público. Sem diminuir o ritmo, emendaram com "You've Got Another Thing Coming", que elevou ainda mais a energia da plateia. Não demorou para que "Breaking the Law", um dos maiores sucessos da banda, surgisse no repertório — e os fãs foram ao delírio, cantando a plenos pulmões.
Cada cenário foi cuidadosamente planejado para contar uma história junto com cada música. Além disso, Rob Halford trocou de figurino diversas vezes — ora com jaquetas e sobretudos de couro com tachas, ora com um visual mais hard rock, repleto de brilhos. O vocalista também não poupou interações com o público e mostrou que sua voz continua impecável, especialmente nas exigentes "Painkiller" e "Invincible Shield".
Músicas como "Devil’s Child", "Crown of Horns", "Sinner" e "Turbo Lover" soaram fantásticas ao vivo e agitaram todos os metaleiros de plantão. Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a homenagem ao guitarrista Glenn Tipton, afastado devido ao Parkinson. Durante "Victim of Changes", imagens do músico apareceram no telão, emocionando os fãs.
Já próximo ao final, com uma atmosfera mais voltada ao hard rock, "Living After Midnight" encerrou a apresentação de pouco mais de uma hora com chave de ouro — reafirmando o status lendário do Judas Priest.
Nem a chuva segurou: Scorpions brilham no encerramento do Monsters of Rock
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Crédito: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts |
Scorpions recebeu a importante missão de fechar a edição de 30 anos do Monsters Of Rock em alto nível e exaltando o bom e velho rock'n'roll. A tarefa enfrentou o obstáculo da chuva logo no início da apresentação, mas isso não impediu os fãs de curtirem uma performance altamente profissional.
"Coming Home", do aclamado álbum Love At First Sting (1984), abriu o set de forma um pouco morna, mas o clima foi esquentando ao longo da apresentação. Logo em seguida, o vocalista Klaus Meine fez sua primeira interação com os fãs, chamando São Paulo de "casa". Conforme a chuva cessava, o show ganhava mais ritmo e a empolgação do público só crescia.
O repertório também trouxe um passeio pela fase dos anos 70 da banda alemã. “Top of the Bill”, “Steamrock Fever”, “Speedy’s Coming” e “Catch Your Train” formaram a sequência que celebrou os 60 anos de estrada do Scorpions. O baterista Mikkey Dee foi um show a parte entregando um solo impecável.
A partir daí, o público foi presenteado com uma sequência de hits. Na romântica "Send Me An Angel", as luzes dos celulares acesas formaram um belíssimo céu estrelado. O mesmo aconteceu em "Wind Of Change", acompanhada por uma forte mensagem de paz.
Já se aproximando do fim, "Still Lovin' You" fez os corações palpitarem mais forte. Mas ainda houve espaço para muito bate-cabeça com as pesadas "Blackout", "Big City Nights" e "Rock You Like a Hurricane", que encerraram a noite com primazia.
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