Ravel encara mudanças e traz sonoridade moderna no álbum 'Impermanente'

7:31 PM

Fotos: Giuliana Miniguiti

Produção do disco de estreia do quarteto paulistano é assinada pelo grego Nick Grivellas

Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)

Na estrada desde 2015, a R4VEL foi construindo sua identidade sonora e entrou em 2024 com "Impermanente", o primeiro e aguardado álbum completo que consagra a trajetória como uma banda que constantemente buscou expandir horizontes e exibir uma sonoridade atual. O quarteto é conhecido por combinar peso e melodia em suas composições junto a letras com reflexões sobre o cotidiano, questões sociais e até políticos.

Abraçar a impermanência é imprescindível para viver melhor. É bastante difícil ter controle sobre todas as coisas da vida, mas se pode tentar ter controle e saúde mental para reagir às infinitas situações no decorrer da jornada da existência. É pelo caminho do efêmero, o de enfrentar mudanças como algo positivo, que o quarteto paulistano R4VEL lança em plataformas digitais o primeiro full álbum, "Impermanente".

O disco de estreia é um recomeço na carreira da Ravel: é a fase de olhar novas perspectivas em forma de música, uma pluralidade latente ao longo da audição do álbum. Com nove faixas, "Impermanente" é contemporâneo, com uma sonoridade que concilia inspirações do rock, do hardcore e até mesmo da música pop. A produção ficou nas mãos do grego Nick Grivellas. Além disso, neste registro, tudo está interligado e tudo foi cuidadosamente planejado, de cada acorde à capa do disco, desenhada pelo ilustrador e quadrinista Caio Gomes.

A banda já trouxe a experiência de célebres bandas em algumas canções, como em 'Densidade', do EP Mantra, produzida por Fernando Sanchez (CPM 22), Italo Nonato (Pense), Danilo de Souza (Bullet Bane) e Fernando Uehara (Bullet Bane). 

Nestes anos, a R4VEL dividiu palco com grandes nomes do underground, como Dead Fish, CPM 22, Glória, Hateen, Pense e Ratos de Porão, além de participações em eventos de repercussão nacional, como na primeira edição do Insane Music Festival, GIG Music, Oxigênio Music Festival e Hardcore contra o Fascismo. A atual formação conta com Eduardo Costa (vocal), Kai Rodrigo (guitarra), Fábio Chexx (baixo) e Jessy Alberola (bateria).

Leia a nossa entrevista com a simpática baterista Jessy Alberola que nos detalhou tudo sobre esse momento da banda e a produção do álbum de estreia:

FRS: A R4VEL está na ativa desde 2015. Como vocês enxergam a evolução da banda até o momento e qual a memória mais importante para vocês até agora?

Jessy Alberola: A gente amadureceu muito a banda e a banda amadureceu muito a gente; Até por conta da banda ser um compromisso mesmo não sendo a renda principal de ninguém da banda, colocou a gente em diversos desafios para lidar com todas as coisas do dia a dia de um jovem adulto brasileiro que precisa suar a camisa para conquistar todas as coisas. Essa troca foi muito rica para nós como músicos, como amigos e principalmente como indivíduos.

Com certeza colecionamos muitos momentos, mas talvez a tour do Rio de Janeiro tenha sido uma das mais fortes; Ela foi nossa primeira tour de vários dias fora do nosso habitat natural, muita novidade, convivência com a gente, com gente que nunca vimos na vida, dormir pouco, comer mal, tocar em lugares de procedência duvidosa e olha, quem sobrevive a uma tour de banda underground sobrevive a qualquer coisa hahahah 

Assista abaixo ao clipe oficial da música "Planar":


FRS: Vamos conversar sobre o álbum "Impermanente" o primeiro full álbum da banda. Como foi o processo de composição do registro de estúdio e quais foram as principais inspirações para ele?

Jessy Alberola: Foi um processo novo, demorado, de muita pesquisa, muita bateção de cabeça mas de enorme aprendizado. Queríamos testar coisas novas, coisas diferentes que nos dessem algum tipo de diferenciação sem abandonar nossas essências pessoais e como grupo. Ficamos mais de um ano conversando com muita gente, trocando muita ideia entre nós, reunião várias vezes na semana, investimos em muitos cursos e conseguimos otimizar vários custos de gravação fazendo parte dela no nosso próprio estúdio.

Arte da capa: Caio Gomes

FRS: O vocalista Eduardo Costa comentou que a banda procurou diversas referências nacionais e internacionais até chegar na fórmula final. O quão desafiador foi esse processo?

Jessy Alberola: Depois de muita conversa, a gente chegou em alguns acordos. A primeira premissa da criação desse álbum era olhar para fora da bolha do cenário nacional de bandas underground que a gente está inserido. A gente queria inovar de alguma forma e a resposta era sair do que a gente conhecia e explorar territórios novos - e desconfortáveis algumas vezes.  

A segunda premissa foi: as músicas precisam agradar a todos nós, então de quase 50 rascunhos que fizemos, escolhemos as nove que mais levantaram os pêlos do braço de arrepios. 

A parte mais desafiadora foi a quantidade de investimento de tempo em pesquisas e cursos que fizemos para fazer algo diferente para a banda, mas o resultado é incrivelmente satisfatório. Estamos muito realizados.

FRS: A produção do disco de estreia da R4VEL é assinada pelo grego Nick Grivellas. Qual estilo de produção de dele e como foi trabalhar com ele?

Jessy Alberola: Por conta da distância, toda nossa interação com o Nick foi online. Ele é um profissional com bastante experiência nesse processo de produção a distância e foi muito legal realizar o processo neste formato pela primeira vez. Nick é um produtor bastante eclético e navega por diversos estilos musicais e influências, ele tem trabalhos inclusive com a cantora pop canadense Tate MacRae, que teve uma das músicas mais virais no TikTok em 2023. E tudo isso nos ajudou a chegar no som que a gente queria, um som diferente do que fazíamos mas ainda dentro da nossa essência. Foram muitas conversas, trocas de ideias, de riffs e gravações até chegarmos no resultado que queríamos.

Além do Nick, o Cauê Pittorri do estúdio Dalla Sound também trabalhou com a gente nesse projeto. O Cauê foi essencial na produção vocal, mixagem e masterização da versão final do disco, o Cauê é monstro e já havíamos trabalhado com ele no single Pano Cinza.

Fotos: Giuliana Miniguiti

FRS: A capa de "Impermanente" aborda as inconsistências dos nossos pensamentos e também representa um novo começo dos integrantes da R4VEL. Foi intencional? Vocês definiriam "Impermanente" como um álbum conceitual?

Jessy Alberola: A gente define “Impermanente” como um álbum evolutivo. A gente sempre abordou coisas do dia a dia nas nossas letras, nossas dificuldades, conquistas, os lembretes de levantar a cabeça para a coroa não cair rsrs, mas "Impermanente" veio com uma camada a mais de profundidade até pelo momento que a banda passou pós pandemia com todas as batalhas individuais e em conjunto que passamos.

FRS: Quais serão os próximos da R4VEL? Podemos esperar por uma turnê?

Jessy Alberola: Nesse primeiro trimestre faremos um show de lançamento do disco novo para marcar essa virada, mas a real é que a gente tá doido para tocar pelo Brasil. Ainda estamos no processo de nos reorganizar para manter uma agenda sustentável para nós, mas a ideia é rodar com o álbum assim que possível. Além disso, estamos escolhendo a ordem dos próximos clipes que como sempre, virão carregados de amor, amizade e suor.

Ouça "Impermanente" na íntegra:

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