Metallica leva mais de 70 mil pessoas a loucura em São Paulo

1:15 PM

A World Wired Tour finalmente chegou em São Paulo nesta última terça-feira, 10/05, e a espera de praticamente dois anos valeu muito a pena. Ego Kill Talent foi a banda escalada para abrir os shows da turnê brasileira, seguido por Greta Van Fleet e os donos da festa Metallica. Confira todos os destaques:

Ego Kill Talent durante show em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

Não era uma missão fácil abrir para um público tão exigente quanto o do Metallica, mas o Ego Kill Talent agarrou o desafio e soube realizar com firmeza e competência ao subir ao palco do Morumbi na na última terça-feira, 10/05.

Precisamente às 18h30, a banda nacional de rock subiu ao palco para um set curto, de apenas meia hora, mas que foi conquistando aos poucos o público presente. “Estamos muito honrados de estar aqui cumprindo a missão de aquecer o palco para a maior banda de rock do mundo”, disse o vocalista Jonathan Corrêa. “Esperamos dois anos por essa noite e vamos fazer dela a melhor noite de nossas vidas”.

A tarefa de estrear o palco em todas as noites da turnê World Wired pelo Brasil, tão aguardada pelos fãs após diversos adiamentos em detrimento da pandemia, não poderia estar em melhores mãos. Nascido em 2014, o Ego Kill Talent é formado por músicos competentes e experientes, tendo passado por alguns dos maiores palcos do mundo, do Download Festival ao Rock In Rio, além de ser a banda de apoio de bandas como Foo Fighters e Queens of the Stone Age.

Por esta razão, a banda subiu ao palco com confiança e preparada para entregar um set bem executado, com direito às trocas constantes de instrumentos pelos talentosos Jean Dolabella, Theo van der Loo, Niper Boaventura e Raphael Miranda.

A cada nova música, a banda foi cativando gradualmente mais e mais a audiência que contava, inclusive, com fãs trajando a camiseta do grupo, e fizeram um show de quem está em casa – e, considerando que o Ego Kill Talent surgiu na cidade de São Paulo, eles realmente estavam. 

Greta Van Fleet durante show em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

Greta Van Fleet faz público viajar para os anos 70 com toque contemporâneo:

Greta Van Fleet foi uma das bandas convidadas para fazer a abertura de shows da WorldWired Tour do Metallica. Até os fãs metaleiros mais exigentes se encantaram pela aura setentista do quarteto formado pelos irmãos Josh Kiszka (vocal), Jake Kiszka (guitarra) e Sam Kiszka (baixo), além do baterista Daniel Wagner. Eles entregaram 40 minutos de uma performance bastante consistente e absurdamente técnica. A banda exibiu a sua identidade própria e provou com clareza que qualquer comparação com a lendária banda Led Zeppelin é coisa do passado. 

O quarteto de Frankenmuth entrou precisamente às 19h30 apresentando "Built By Nations" uma das músicas mais poderosas do atual lançamento "The Battle At Garden's Gate" (2021), do novo álbum eles também incluíram a animada "My Way Soon" e a sensacional "The Weight Of Dreams". A música "Black Smoke Rising", do EP "From The Fires", pode ser considerada um hino do rock'n'roll. "Em "Lover, Leaver, (Taker, Believer)" , do álbum "Anthem Of The Peaceful Army" (2018), as luzes roxas trouxeram um ar misterioso e inebriante junto com um solo de guitarra fantástico de Jake Kiszka que é um verdadeiro virtuoso no instrumento. O grande sucesso "Highway Tune" deu os acordes finais ao show de forma esplendorosa com o público batendo palmas e interagindo às intervenções da banda. 

Greta Van Fleet tem vários méritos que definitivamente a boa resposta do público, seja pelos agudos e gritos precisos do vocalista Josh Kiszka - além da excelente presença de palco dele - ou pela primorosa cozinha instrumental, o baixista Samuel Kiszka e o baterista Daniel Wagner não ficam atrás em termos de altíssima qualidade técnica. Afinal, é uma banda em completa sintonia e esbanjou um rock clássico bem tocado, o que ultrapassa fronteiras. 

No momento de fechamento do show, Josh jogou rosas brancas ao público e presenteou a audiência com sua pandeirola, jogando-a à plateia. 

Metallica é uma banda extremamente necessária para a história do heavy metal mundial 

Aproximadamente 70 mil pessoas preencheram todos os espaços do Estádio do Morumbi para conferir o show Metallica, ícones do trash metal, nesta última terça-feira, 10/05. Logo de início, a estrutura e o visual de palco impressionam com cinco telões gigantes que aproximam da banda até aquele fã que está no setor mais distante. O setlist também reservou algumas surpresas inusitadas que fizeram os fãs enlouquecerem, afinal é difícil resumir, em pouco menos de 2 horas, 41 anos de carreira. 

Às 21h15min, os anfitriões da festa finalmente pisaram no palco. Quando ecoou nas caixas de som o clássico do AC/DC, “Its a Long Way to the Top (If You Wanna Rock ‘n’ Roll)”, o público começou a colocar pra fora toda a energia acumulada nesses dois últimos anos, pois sabia que iria vivenciar um episódio histórico. E aí, quando o telão mostra imagens de “Três Homens em Conflito”, de Sergio Leone, e a incidental “The Ecstasy of Gold”, de Ennio Morricone, luzes dos celulares  surgem e a preparação para o clímax da abertura está pronta. 

O telão começa a exibir quadrados de laser vermelho e a bateria de Lars Ulrich, com as guitarras de Kirk Hammett e James Hetfield e o baixo de Robert Trujillo coordenam os tons e flashes iniciais da acelerada “Whiplash” que chega com dois pés na porta. Ninguém consegue mais se controlar, é como se o Metallica quisesse “matar a todos” do coração e dos ouvidos já na primeira música. 

Com os primeiros riffs da poderosa “Ride The Lightning”, os fãs de longa data devem ter lembrado de ter esperado aquele disco de vinil com os raios na capa na galeria do rock em um longínquo 1984. "Fuel" literalmente esquentou o público com labaredas vindo das laterais do palco e também do meio. 

E assim foi o show com Hammett e Hetfield se alternando nos solos; contudo, o primeiro sola com muito mais virtuose e o segundo é o mestre dos riffs do heavy metal. Na pausa da terceira para a quarta música, James Hetfield faz a primeira intervenção e agradece à família Metallica pela espera. Além disso, o simpático vocalista também brinca que quem precisasse ter um bebê naquele noite, era só ir para o backstage, obviamente fazendo alusão à notícia da mulher que deu a luz durante a passagem do quarteto californiano em Curitiba. 

James Hetfield durante show em São Paulo - Foto: colaboração (Patrícia Nakano)

Em seguida, lança na roda mais uma do disco “Kill ‘em All” (1983), “Seek and Destroy”, que preenche todo o espaço com seu peso e refrão possantes. Aos primeiros acordes de “One” fogos de artifício são lançados nas laterais do palco representando a lamúria de um soldado atingido na Primeira Guerra Mundial. É possível sentir as dores desse personagem principalmente através da bateria de Lars que parece ser vários tiros indo diretamente de encontro com o público. A música foi baseada no filme antibélico "Johnny Vai à Guerra", de 1971. No decorrer da execução, um vídeo de arames farpados e caveiras balouçantes era transmitido no enorme telão, completando a magia metal.

Sem intenção alguma de diminuir o ritmo do show, o repertório também incluiu as pesadas "Holier Than Thou" e "Sad But True", ambas cantadas a plenos pulmões pelos fãs. Algumas surpresas foram reservadas, como "Dirty Window" que não era tocada desde 2004 e "Spit Out The Bone"

E assim continua o show intercalando momentos de reflexão e lamento com “No Leaf Clover” com músicas gigantes “Welcome Home (Sanitarium)”, “For Whom the Bells Tolls” e “Creeping Death”

Metallica durante show em São Paulo - Foto: Ingrid Natalie

A clássica “Master of Puppets” foi executada com vitalidade pelas guitarras de Hetfield e Kirk Hammett com o acompanhamento absurdamente técnico de Robert Trujillo e do destruidor Lars Ulrich. Na sequência há uma pausa de cinco minutos para a volta do bis, repleto de pirotecnia, fogos de artifício e chamas que brotam das torres. 

O final foi memorável, diante de um público alucinado no bis. Com nada menos que as clássicas “Nothing Else Matters” e “Enter Sandman”, o Metallica encerrou um show apoteótico  em São Paulo. No final, eles retornam, permanecem cinco minutos no palco e agradecem ao público dizendo: “Vocês são lindos”.  Robert Trujillo carinhosamente canta um “Eu sou brasileiro com muito orgulho com muito amor”. E todos saíram de alma lavada. 

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