Lucas Silveira: 'matar o Beeshop seria como matar um pedaço de mim'
3:17 PMLucas Silveira - Foto: Tinho Sousa |
O líder da banda Fresno anuncia o segundo disco solo, "The Life And Death Of Beeshop", que chega nas prateleiras em junho pela gravadora Hearts Bleed Blue
Por: Ingrid Natalie (twitter: @ingridnatalie)
Lucas Silveira é um músico incansável. Além de líder da banda Fresno, Lucas é também produtor, escritor e artista solo com o projeto chamado Beeshop. Este trabalho paralelo deu início em 2010 com o lançamento do disco “The Rise and Fall of Beeshop” recebendo vários elogios de crítica e público. O segundo álbum “The Life and Death of Beeshop” será lançado em junho pela gravadora paulista Hearts Bleed Blue (HBB). Lucas explica que o novo registro tem duas abordagens completamente distintas e que razão para isso surgiu com a vontade de explorar variedades sonoras. Ele também classifica a sonoridade do disco como "suja" e semelhante ao indie rock norte-americano dos anos 1990.
Veja a nossa entrevista com esse dedicado trabalhador da música e também papai de primeira viagem, que nos contou detalhes da composição do novo álbum e como Beeshop se difere da sua banda principal. Confira:
Veja a nossa entrevista com esse dedicado trabalhador da música e também papai de primeira viagem, que nos contou detalhes da composição do novo álbum e como Beeshop se difere da sua banda principal. Confira:
FRS: Li em uma entrevista na qual você descreve Beeshop como seu alter-ego. Um alter-ego fanfarrão, que canta como se estivesse no chuveiro. Que tipo de compositor é o Beeshop?
Lucas: É um compositor menos comprometido e mais experimental. É um projeto em que eu ligo menos para detalhes e me preocupo mais com as formas puras. Algumas letras são meros jogos de palavras, ou frases de efeito sortidas, pois o que está em destaque é mais a melodia, a parte plástica do negócio. Por isso o inglês, que é um idioma mais flexível e que me possibilita ser mais melodista que letrista. Claro que procuro não falar besteiras, mas a mensagem é mais leve, solta.
FRS: O seu próximo trabalho "The life and Death of Beeshop" será lançado em junho e terá uma sonoridade mais influenciada nos anos 90. Quais foram as suas principais inspirações para esse novo registro?
Lucas: Não tenho bandas específicas em que me inspirei pra fazer esse disco. São músicas que fiz ao longo de muitos momentos diferentes, em que eu estava em diferentes piras. No entanto, a minha bagagem tem muito de rock guitarreiro dos 90's, como Smashing Pumpkins, Radiohead do The Bends e Ok Computer. Também ficam claras algumas referências de um emo bem alternativo e seminal, de bandas como Mineral, Sunny Day Real Estate, Far, etc. fora isso é uma liberdade de fazer coisas sem muito autoquestionamento ou auto-censura.
FRS: Você afirmou que esse disco tem duas abordagens diferentes. Como você as descreveria?
Lucas: No primeiro disco solo eu procurei explorar sonoridades mais clássicas, numa espécie de estudo acerca dos clichês do rock americano e inglês, para provar para mim mesmo que eu conseguiria. Acabou que aquilo resultou num disco de road music, uma trilha suave, easy-listening e isso acabou fazendo certo barulho, principalmente numa crítica que ainda não acreditava em mim ou na Fresno. Esse disco já não tem essa missão, e se existe uma vontade artística nele, é a de fazer um som mais garageiro, sujo, mas não por isso menos pop. Um lado tem as músicas mais leves, e foram mixadas com a finalidade de torná-las sujas. O outro tem as mais "pesadas" e melancólicas, mas as mixamos de modo que se tornassem pequenos épicos. Pra isso utilizei o trabalho de dois engenheiros de mixagem diferentes, com briefings e abordagens diferentes.
FRS: A música "We Dance Like Idiots" foi lançada antecipadamente em uma coletânea, "SOS Mariana". Por que você escolheu esta faixa em particular para ser o primeiro single?
Lucas: Ela ilustra bem a cara do disco e caiu como uma luva na coletânea. Com ela eu brinco com assinaturas rítmicas típicas do EDM-farofa, mas com timbres peculiares e uso minha voz sampleada para fazer um clavinet tosco. E a música fala sobre dançar de maneira livre. Pra uma coletânea que lembra um acontecimento tão triste, uma mancha na história recente do Brasil, achei que deveria quebrar com as músicas, trazendo um pouco de sorriso.
Ouça "We Dance Like Idiots":
FRS: Os fãs andam curiosos sobre a questão do nome do novo CD do Beeshop, The life and Death of Beeshop" que sugere a vida e a morte do Beeshop como se fosse uma despedida. Realmente é o último CD?
Lucas: Pode ser. Mas acredito que não. A própria ideia de fazer sempre a mesma foto na capa, com o mesmo ângulo e cenário, mostrando apenas a evolução da minha cara e da minha figura já deixa claro que esse é um projeto de uma vida toda. Posso ficar muito tempo sem lançar coisas por não ser minha prioridade, mas matar o Beeshop seria como matar um pedaço de mim.
Capa do novo disco que está disponível na pré-venda no link http://www.hbbstore.com/beeshop |
FRS: Nessa sua fase atual sendo um surpreendente pai, focado na nova turnê que vem por aí e o lançamento do álbum do Beeshop, é óbvio que seria pretensioso eu perguntar sobre outros projetos. Porém, a galera realmente quer saber se você ainda tem planos relacionados com seus outros projetos e até mais história pra se contar num possível segundo livro?
Lucas: Posso ser uma pessoa bem ocupada mas meus trabalhos são todos em equipe e, dividindo bem as tarefas, a gente consegue fazer tudo. Esse disco, por exemplo, foi fruto de não mais que 30 horas de trabalho diretamente meu. O resto (mixagem, masterização, lançamento, marketing) é feito por uma equipe que atua como uma extensão do meu trabalho criativo, e assim eu consigo ficar focado cada vez mais em apenas criar. Com os livros é a mesma coisa. Acredito que o sucesso de qualquer empreitada vem da retidão em relação aos seus objetivos, a maneira com a qual você trata eles, e a importância em que você os tem. Eu vivo para isso, de maneira que meu lazer muitas vezes é criar mais. Assim a gente curte todos os aspectos da vida, inclusive essa nova paternidade, da qual estou aproveitando cada minuto, valorizando cada vez mais meus momentos em casa, e multiplicando-os de todas as forma possíveis. Tem dado certo. Tenho um caminho bem claro pela frente.
Mais informações:
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