Apanhador só: "é o que a gente quer continuar fazendo por muito tempo ainda"

2:57 PM




Texto: Ingrid Natalie (@ingridnatalie)

Imaginem um som experimental, aonde acordes de guitarra e violão se misturam com instrumentos um tanto inusitados por exemplo gaiolas, talheres, walkie talkies e um ralador de queijo. Essa é a banda gaúcha Apanhador Só, composta pelos músicos Alexandre Kumpinski (voz e guitarra), Felipe Zancanaro (guitarra), Andre Zinelli (bateria) e  Fernão Agra (baixo).

O trabalho do quarteto se iniciou no ano de 2006 com o lançamento do EP "Embrulho Pra Levar" que rendeu críticas muito positivas. Em 2010 veio o primeiro álbum de estúdio que leva o nome da banda. Depois gravaram "Acústico-Sucateiro" (2011) e o EP "Paraquedas" (2012). O álbum"Antes Que Tu Conte Outra" (2013), o mais recente material dos gaúchos, tornou-se possível através do financiamento coletivo no Catarse e o resultado se concluiu em um prêmio pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Neste álbum, destacamos as músicas "Despirocar" que recebeu o segundo lugar como melhor música nacional através do site Scream and Yell, "Liquido Preto" com uma letra muito sarcástica, fazendo alusão a uma certa marca de refrigerante (vocês vão entender ao ouvir) e a faixa "Torcicolo" que transita entre vários estilos musicais, desde percussões de samba até distorções de hard rock. Vale a pena ouvir.

Eles agora se preparam para o show no Lollapalooza Brasil no dia 06 de Abril no Autódromo de Interlargos em São Paulo. O vocalista da banda Alexandre Kumpinski conversou conosco e contou mais detalhes do momento de crescimento que o Apanhador Só está vivendo e da expectativa para a performance no festival. Confira:

FRS: Primeiramente gostaríamos que contasse sobre o processo de produção do novo álbum "Antes Que Tu Conte Outra". Quanto tempo levou para o disco ficar pronto e como foi o processo de composição? 

Alexandre Kumpinski: Desde quando a gente conseguiu arrecadar dinheiro suficiente através do financiamento coletivo até o disco ser lançado levou cerca de 6 meses. Entre pré-produção, gravação e mixagem. A inspiração veio de muitos lados, foi parar e prestar atenção do que estava acontecendo a nossa volta. 

FRS: A produção do "Antes Que Tu Conte Outra" viabilizou-se graças a campanha que a banda iniciou no crowdfuding. Pra vocês, qual o significado de ter amigos e fãs ajudando e apoiando o projeto?

AK: É uma forma de dar poder direto pra esse público. Acabamos com essa burocracia institucional de gravadora. É um modo colaborativo e horizontal. Talvez seja a melhor alternativa que você tem. Muda a lógica de funcionamento do envolvimento do público com o que vai ser produzido.

FRS: Qual é o diferencial deste álbum? Como vocês enxergam a evolução da banda até agora?

Esse disco se mostrou mais experimental. A gente arriscou mais nele e de certa forma isso deixou o disco mais interessante. Em relação a trajetória da banda a própria discografia já revela. A gente teve uma guinada criativa e artística do primeiro pro segundo álbum que foi se interligando. Estamos muito felizes com esse segundo álbum, principalmente com o crescimento de público da banda e é o que a gente quer continuar fazendo por muito tempo ainda. 


Assista ao clipe da música Mordido em versão ao vivo



FRS: A forma de consumir música tem mudado ao longo dos anos. Qual a importância de poder disponibilizar o álbum nas formas de download gratuito e no formato físico?

AK: Download gratuito a gente tem desde o começo da banda e foi a forma de ter o grande trunfo da internet. Ter a possibilidade de escoar a nossa produção e formar público, a partir disso num cenário de um mercado brasileiro aonde só quem tem muito dinheiro tem acesso às grandes mídias e um grande público, ou seja, as gravadoras tem que criar alternativas pra acessar o público e o download gratuito é uma delas. O que não quer dizer que não exista disco físico e que as pessoas não comprem. Normalmente o que acontece as pessoas baixam o disco, ouvem, gostam, depois vão no show e compram porque se interessam em ter o material e por isso também é importante o projeto gráfico ser interessante pra poder oferecer um diferencial.

FRS:  Sobre o festival Lollapalooza Brasil. Como que surgiu o convite para tocar e qual a expectativa do grupo para o show? 

AK;  Expectativa é boa. Primeiro festival internacional de grande porte que a gente vai tocar e estamos bem animados com isso. O que nós vamos exatamente tocar não está decidido porque não entramos ainda na fase de ensaios para esse show, mas dá pra afirmar o repertório será baseado nesse último disco.


Mais informações sobre o Lollapalooza Brasil: http://www.lollapaloozabr.com/ 




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