Hatefulmurder inaugura nova fase com Giulia Roiz nos vocais: 'É uma honra imensa fazer parte dessa nova era'
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Hatefulmuder - Foto: divulgação |
À frente dos vocais do Hatefulmurder, Giulia Roiz compartilha sua visão sobre a nova identidade da banda e os desafios de dar voz a uma das potências do metal nacional.
Por: Ingrid Natalie (instagram: @femalerocksquad)
Com mais de uma década de estrada e reconhecimento nacional e internacional no cenário do metal extremo, o Hatefulmurder abre um novo capítulo em sua trajetória. A banda carioca anunciou recentemente uma nova formação, agora com Giulia Roiz nos vocais e Victor Magalhães no baixo — mudanças que prometem imprimir ainda mais força e identidade à sonoridade do grupo.
Para celebrar essa nova fase, o Hatefulmurder já prepara uma intensa turnê pelo Brasil ao lado das bandas Crypta e Paradise in Flames, além de lançar em breve o primeiro single com os novos integrantes. Em meio à preparação para os palcos e à expectativa pelo que está por vir, conversamos com Giulia Roiz, que compartilhou com o Female Rock Squad detalhes do processo de audição, as emoções de assumir o vocal de uma banda com tanta história e o que os fãs podem esperar desse novo momento. Confira a entrevista:
Giulia Roiz: Participar de todo o processo das audições foi, sem dúvidas, uma das experiências mais intensas e marcantes da minha carreira até agora. Tudo aconteceu de forma muito rápida e desafiadora, precisei mergulhar de cabeça pra aprender as músicas em um curto período de tempo, o que exigiu de mim dedicação total.
A etapa presencial, que aconteceu no Rio de Janeiro, foi um momento particularmente especial. Lá, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o Renan, o Thomás e o Victor. Sentir a energia deles, perceber o quanto eles estavam envolvidos no processo e comprometidos com o futuro da banda me deu ainda mais vontade de fazer parte daquilo.
Quando me selecionaram como uma das candidatas, já me senti extremamente honrada. Saber que meu trabalho estava sendo reconhecido por uma banda com a história e a relevância da Hatefulmurder foi, por si só, uma grande conquista. Mas, quando finalmente me escolheram como nova vocalista, senti o peso.
Fiquei imensamente feliz, claro, mas também senti o peso enorme da responsabilidade de dar continuidade ao legado da banda e de honrar tudo o que ele representa para os fãs e para o metal nacional.
FRS: Renan mencionou que você trouxe uma bagagem ampla. Como essa diversidade tem impactado o som da banda?
Giulia Roiz: Acredito que a minha contribuição chegando na banda tem sido principalmente as novas referências de sonoridade que tenho levado, que, até então, talvez ainda não tivessem sido muito exploradas pelos meninos, mas que, ao mesmo tempo, já fazia parte do que eles estavam buscando para essa nova fase da Hatefulmurder. Naturalmente, muitas dessas influências caminham pelo universo do metal moderno, que é cheio de possibilidades criativas. Mas não me limito a ele. Meu gosto musical é bem amplo dentro do metal, e isso inevitavelmente transborda para a minha expressão artística e também para a forma como eu canto.
Sou apaixonada por vertentes bem distintas e, às vezes, até contrastantes entre si: ouço e me inspiro tanto em bandas de djent, deathcore, quanto do nu metal, do metalcore, do doom metal, do gótico... Cada um desses estilos me influencia de maneiras diferentes, seja pela estética, pelo peso, pela atmosfera, pela técnica vocal ou mesmo pela intensidade emocional.
Ao mesmo tempo, é importante dizer que, apesar de eu trazer essa diversidade de influências, também há muitas referências que compartilhamos em comum dentro da banda, e isso é fundamental para que tudo faça sentido coletivamente. A Hatefulmurder tem uma essência e ela não será perdida. O meu papel na banda é somar, fortalecer e enriquecer o que já existe. A proposta é evoluir mantendo a alma da banda, agregando minhas contribuições. É um processo de troca e de respeito mútuo.
FRS: A banda produziu um documentário sobre as audições. O que o público pode esperar desse material? Foi um processo mais técnico ou também teve muita emoção envolvida?
Giulia Roiz: Acredito que teve muita emoção envolvida sim, pelo menos da minha parte. No dia da minha audição eu estava muito animada, muito feliz. Sou mais reservada então não sou a pessoa que sai pulando de alegria por ai, mas na gravação do doc, por dentro, eu estava eufórica. Pra mim já contava demais estar lá tocando com eles, fazendo parte desse processo, foi um momento de realização pessoal e independente do resultado final aquela experiência por si só já teria valido a pena.
FRS: A turnê de estreia da nova formação começa no Canil Fest e depois percorre várias cidades. Como vocês estão se preparando para esse momento?
Giulia Roiz: Estamos ensaiando bastante, estou indo com frequência para o RJ. Nesse recomeço é essencial desenvolver o entrosamento e sintonia que uma banda precisa pra fazer um bom show ao vivo.
Esse entrosamento é absolutamente essencial para que possamos entregar ao público uma experiência autêntica e poderosa nos shows. A performance de uma banda não depende apenas do domínio técnico individual, mas da química entre os integrantes, e isso é algo que só se constrói com tempo, presença e dedicação. Estou muito comprometida com essa fase e, apesar do cansaço que naturalmente vem com a correria, tem sido extremamente gratificante ver essa conexão crescendo a cada encontro. É o tipo de esforço que não pesa, porque é movido por paixão e por um propósito em comum.
FRS: Estar ao lado de bandas como Crypta e Paradise in Flames traz mais inspiração ou mais responsabilidade?
Giulia Roiz: Diria que as duas coisas, fazer uma turnê ao lado de bandas tão respeitadas na cena exige muito da gente, tanto pela expectativa do público quanto também pela responsabilidade de dividir o palco com essas bandas. É esperado da nossa parte entregar sempre o melhor, com muita dedicação e profissionalismo.
Além disso, é uma experiência de aprendizado constante. Estar ao lado dessas bandas nos inspira, nos puxa pra cima e nos faz crescer como músicos e como grupo. Por isso, levamos essa responsabilidade com muita seriedade e dedicação, buscando entregar sempre algo verdadeiro, forte e à altura.
FRS: Um novo single já está em fase de mixagem. O que vocês podem adiantar sobre essa faixa?
Giulia Roiz: Posso dizer, com toda sinceridade, que não consigo parar de ouvir o novo single. Desde que ele ficou pronto, tenho escutado repetidamente, não só porque estou envolvida no processo, mas porque, pessoalmente, gostei muito do resultado. É o tipo de música que fica na memória, ela tem uma energia tão intensa e marcante que, mesmo depois de ouvir uma, duas, três vezes, a vontade de dar o play de novo continua lá.
A música é bem pesada, mas também traz elementos novos que não foram muito explorados no passado da banda. Na minha opinião tá absurdamente foda!
FRS: Giu, você comentou sobre “novas sonoridades e uma energia renovada”. Que elementos musicais novos o público pode esperar?
Giulia Roiz: Sem dar muito spoiler, vocês podem esperar uma maior variedade de texturas e técnicas vocais. Quem está acompanhando essa nova fase da banda pode esperar uma abordagem vocal bem mais ampla. Estamos trabalhando com a proposta de explorar ao máximo as possibilidades que a voz pode oferecer, isso significa trazer uma maior variedade de texturas vocais, timbres, dinâmicas e técnicas, indo desde momentos mais agressivos e viscerais até passagens mais melódicas. A ideia é dar pra cada música o que ela precisa. De forma geral, o que vocês vão perceber no som da banda é uma modernização na sonoridade da banda, não no sentido de descaracterizar o que ela sempre foi, mas de evoluir com coerência, abrindo portas para novas influências, novas atmosferas e novas possibilidades de composição. A essência continua lá, mas com uma roupagem mais atual, mais conectada com o que estamos vivendo musicalmente hoje.
FRS: Para finalizar, como você descreveria essa “nova cara” do Hatefulmurder?
Giulia Roiz: Vejo como uma evolução do que já havia sendo construído, um desenvolvimento natural em direção à um som mais atual, mantendo o peso e a agressividade, mas sem impor limitações na criatividade. A gente quer explorar sem medo e ver aonde isso vai levar!
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